LOC.: Segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) de 2022, o Brasil tem mais de 50 milhões de usuários de planos privados de assistência médica. O serviço, contudo, nem sempre é satisfatório. Informações do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) apontam que em 2022 as operadoras de plano de saúde ficaram, pela segunda vez seguida, no primeiro lugar no ranking de atendimentos do Idec. A coordenadora do programa de Saúde do Idec, Ana Carolina Navarrete, explica o porquê de tantas reclamações.
TEC./SONORA: coordenadora do programa de Saúde do Idec, Ana Carolina Navarrete
“As operadoras dos planos de saúde diversas vezes ainda mantém práticas abusivas, acabam não informando o consumidor de forma correta, acabam negando opção quando não deveriam, é isso que explica um pouco porque esse tema lidera o ranking do Idec em nove dos últimos dez anos”.
LOC.: Algumas das principais causas de tamanha insatisfação com as operadoras de plano de saúde são enumeradas pela advogada Alyxandra Mendes, presidente da Comissão de Direito do Consumidor da OAB/Guará/DF.
TEC./SONORA: advogada Alyxandra Mendes, presidente da Comissão de Direito do Consumidor da OAB/Guará/DF
“Os principais motivos dessa insatisfação e necessidade de recorrer à justiça são as negativas de cobertura e reajustes abusivos das mensalidades. É muito importante que o usuário do plano de saúde reúna todos os documentos necessários, como contrato com o plano de saúde, laudo médico e a negativa de cobertura quando tiver por escrito. É importante também que o consumidor procure um advogado especialista no assunto, e a própria ANS é uma importante aliada do consumidor nesse momento, ela disponibiliza informações importantes quanto aos deveres e obrigações dos planos de saúde”.
LOC.: Registrar a insatisfação é um ponto destacado pelas duas especialistas como essencial para melhorar a cultura de atendimento ao consumidor no país. As reclamações relacionadas aos planos de saúde são divididas em categorias pelo Idec. As que apareceram mais frequentemente no ranking do ano passado foram dúvidas e reclamações a respeito de contratos (27,4%), seguido por falta de informação (18,1%) e reajustes (13,7%).