LOC.: O Ministério da Saúde confirmou duas mortes por febre oropouche na Bahia, marcando o primeiro óbito registrado mundialmente pela doença. Este ano, o Brasil teve 7.236 casos, um aumento de 766,6% em relação a 2023. Em nota, a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) confirmou os óbitos e destacou medidas de prevenção.
A febre oropouche é causada pelo vírus Orthobunyavirus oropoucheense e transmitida pelo mosquito maruim. Karina Martins, médica infectologista faz um alerta sobre a oropouche.
TEC./SONORA: Karina Martins, infectologista
“Essa virose com alerta epidemiológico de sintomas muito parecidos com dengue, chikungunya ou zika. Ela é também uma arbovirose, ou seja, transmitida por artrópodes como os mosquitos ou carrapatos, só que o mosquito da febre do oropouche é um mosquito diferente, é um mosquito chamado mosquito culicoides paraenses, conhecido como maruim ou mosquito pólvora.Também o mosquito culex pode ser transmissora em ambientes urbanos”
LOC.: Os sintomas da febre oropouche incluem febre alta, dores de cabeça intensas, dores musculares e articulares, e em alguns casos, manifestações hemorrágicas. Os sintomas costumam aparecer de 4 a 8 dias após a picada do mosquito infectado. Karina Martins explica as diferenças dos sintomas.
TEC./SONORA: Karina Martins, infectologista
“Então, a maioria das pessoas tem aqueles sintomas como febre, dor de cabeça, dor no corpo até dor atrás dos olhos, algum rasco cotâneo, vermelhidão cotânea. esses sintomas são muito parecidos, né, com as outras arboviroses. O que costuma aí diferenciar é essa recuperação mais lenta, que pode durar várias semanas, e cerca de 60% desses pacientes com oropouche podem apresentar recidiva. Então, depois de uma, duas semanas de cura da febre, volta a recidivar com febre.”
LOC.: A prevenção da febre oropouche envolve medidas para evitar a picada dos mosquitos vetores, como o uso de repelentes, roupas de manga longa e instalação de telas em portas e janelas. Além disso, é crucial eliminar focos de água parada que possam servir de criadouro para os mosquitos. A infectologista explica sobre os tratamentos.
TEC./SONORA: Karina Martins, infectologista
“Não temos um tratamento específico para essa doença, não temos vacina, não temos remédio específico para essa virose, os cuidados então se baseiam em sintomáticos e as medidas de prevenção contra o mosquito. Sintomáticos são usados analgésicos, antitérmicos e, principalmente, repouso e hidratação. Muito importante manter a hidratação adequada, é o principal fator para a recuperação do paciente.
LOC.: Pacientes com sintomas graves devem ser hospitalizados para monitoramento e cuidados intensivos. A rápida identificação e tratamento dos casos são essenciais para prevenir complicações e óbitos.
Reportagem Mireia Vitoria