Data de publicação: 08 de Julho de 2022, 10:15h, Atualizado em: 01 de Agosto de 2024, 19:34h
O Ministério da Saúde ampliou a vacinação contra HPV quadrivalente. Com a mudança, homens de até 45 anos transplantados, pacientes oncológicos ou vivendo com HIV/aids já podem se imunizar. A ampliação alcança um público mais suscetível ao risco de desenvolvimento de cânceres associados ao HPV, já que esse risco é cerca de quatro vezes maior entre pessoas vivendo com HIV/Aids e transplantados do que na população sem a doença ou transplante.
A sigla em inglês é traduzida como Papilomavírus Humano. Ele é responsável pela infecção sexualmente transmitida mais comum em todo o mundo, mas a maioria dessas infecções é transitória e acaba sendo combatida pelo sistema imune. O HPV pode se manifestar com lesões benignas, como verrugas, por exemplo, como explica a infectologista Ana Helena Germoglio.
“O HPV é conhecido por causar verrugas, mas uma das grandes doenças que pode se prevenir com a vacina contra o HPV não são somente as verrugas, mas sim os vírus que são potencialmente causadores de doenças oncológicas. Câncer de colo de útero, câncer de reto, câncer de pênis, que são causados pelos principais vírus oncogênicos que são liberados pelo HPV. Então daí a importância da gente ampliar essa vacina para a população”, diz a médica.
Segundo o Ministério da Saúde, o esquema tradicional de três doses da imunização será usado, independentemente da idade. Veja quem pode se vacinar:
- Meninas de 9 a 14 anos;
- Meninos de 11 a 14 anos;
- Homens e mulheres imunossuprimidos, de 9 a 45 anos, que vivem com HIV/aids, transplantados de órgãos sólidos ou medula óssea e pacientes oncológicos.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) calcula que haja de 9 a 10 milhões de infectados por esse vírus no Brasil. A cada ano surgem em média 700 mil novos casos de infecção. “A imunossupressão crônica é um dos principais fatores de risco para aquisição e persistência do HPV. Este também é um importante fator de risco para a progressão de lesões pré-cancerosas e neoplasias, especialmente em pessoas vivendo com HIV/Aids, transplantados de células tronco-hematopoiéticas e órgãos sólidos e indivíduos em tratamento para câncer”, divulgou o Ministério da Saúde, em nota.
Ana Helena pontua ainda que a rede privada também conta com essa proteção. “Quem tiver fora desse critério de indicação, mas que puder arcar na rede privada com a imunização contra HPV tem sempre um grande benefício. Porque você, com uma simples dose de vacina, consegue prevenir vários tipos de neoplasia”, explica.