Foto: José Cruz/Agência Brasil/Arquivo
Foto: José Cruz/Agência Brasil/Arquivo

Minas Gerais: AMM relata falta de vacinas em todas as regiões do estado

De acordo com a Associação Mineira de Municípios (AMM), a falta da vacina contra a varicela, por exemplo, acontece em 93% dos municípios ouvidos pela entidade


Todas as regiões do estado de Minas Gerais estão com problemas relacionados à falta de vacinas. É o que revela levantamento divulgado nesta sexta-feira (6) pela Associação Mineira de Municípios (AMM). De acordo com a entidade, todos os municípios do estado relataram falta de algum tipo de vacina.

Segundo o presidente da AMM e prefeito de Coronel Fabriciano, Dr. Marcos Vinicius, o quadro é preocupante, uma vez que, caso não haja uma regularização da distribuição das vacinas aos municípios, pode haver surto de várias doenças. 

“A gente pode ter novamente um surto de sarampo, por exemplo. Isso não afeta só as pessoas adultas ou crianças, mas também o feto. Ou seja, a gestante contaminada de sarampo pode levar ao aborto. Os danos e as sequelas são muitos. São sequelas que não estamos acostumados. São 30 anos sem ouvir falar disso”, considera Marcos Vinicius, que também é médico. 

Ainda de acordo com o estudo, a falta da vacina contra a varicela, por exemplo, acontece em 93% dos municípios analisados.

Relatos

  • Entre os principais problemas identificados pelos gestores ouvidos pela AMM, está a dificuldade significativa das aplicações devido à falta crônica de vacinas específicas, o que impacta a imunização e cobertura vacinal;
  • Segundo a maioria, é preciso melhorar a logística, otimizar a distribuição, considerar frascos unidoses para reduzir desperdício e garantir maior fornecimento durante as campanhas vacinais;
  • A maioria dos entrevistados relatou atrasos de abastecimento de mais quatro meses. Porém, há municípios com atrasos de até dois anos;
  • Alguns municípios relataram que estão perdendo a oportunidade de vacinar e que os cartões das crianças estão ficando em atraso.

A AMM afirma que já pediu explicações ao Ministério da Saúde, responsável pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI), em ofício protocolado no último dia 2 de setembro. Porém, a entidade relata que, até o momento, não houve resposta oficial. 

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No entanto, a reportagem do Brasil 61 entrou em contato com o Ministério da Saúde para perguntar sobre essa possível falta de vacinas em Minas Gerais. Por meio de nota, a Pasta respondeu que “mantém regular o envio de doses de vacinas para a Secretaria de Saúde de Minas Gerais, responsável por abastecer os municípios.

Foram distribuídas 4,8 milhões de doses das setes vacinas em questão ao estado e, até o momento, o sistema de informação registra 1,9 milhão de doses aplicadas.” 
Além disso, o ministério respondeu que, caso ocorra falta de vacinas em municípios específicos, a orientação é que “seja feita a redistribuição de doses dentro do território.” 

“Sobre a oferta da vacina contra Meningo C, nas regiões que registrarem falta, a orientação do Ministério da Saúde é para substituição pela Meningo ACWY, de mesma eficácia, cujos estoques estão regularizados, mantendo a população protegida”, complementa o Ministério da Saúde. 

Confira os quantitativos de vacinas entregues e as doses aplicados em Minas Gerais em 2024, de acordo com o Ministério da Saúde.

O subsecretário de Vigilância em Saúde de Minas Gerais, Eduardo Prosdocimi, afirma que a solução do problema não está necessariamente ligada à redistribuição das vacinas entre os municípios. “O que precisamos é de mais doses. Não há que se falar em deslocar doses. Precisamos ter o compromisso da entrega daquilo que foi planejado para atingirmos as metas de cobertura vacinal. Precisamos, de fato, que os procedimentos de compra e de contratação do ministério e as eventuais questões que os laboratórios estejam enfrentando sejam sanadas”, destaca. 

A pesquisa da AMM foi realizada com prefeitos e gestores de saúde, entre os dias 3 e 5 de setembro. O estudo ouviu 211 gestores de todas as regiões de Minas Gerais. 
 

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LOC.: Todas as regiões do estado de Minas Gerais estão com problemas relacionados à falta de vacinas. É o que revela levantamento divulgado nesta sexta-feira (6) pela Associação Mineira de Municípios, a AMM. De acordo com a entidade, todos os municípios do estado relataram falta de algum tipo de vacina.

Segundo o presidente da AMM e prefeito de Coronel Fabriciano, Dr. Marcos Vinicius, o quadro é preocupante, uma vez que, caso não haja uma regularização da distribuição das vacinas aos municípios, pode haver surto de várias doenças. 
 

TEC./SONORA: Marcos Vinicius, presidente da AMM e prefeito de Coronel Fabriciano

“A gente pode ter novamente um surto de sarampo, por exemplo. Isso não afeta só as pessoas adultas ou crianças, mas também o feto. Ou seja, a gestante contaminada de sarampo pode levar ao aborto. Os danos e as sequelas são muitos. São sequelas que não estamos acostumados. São 30 anos sem ouvir falar disso.” 
 


LOC.: Ainda de acordo com o estudo, a falta da vacina contra a varicela, por exemplo, acontece em 93% dos municípios analisados.

Por meio de nota, o Ministério da Saúde respondeu que “mantém regular o envio de doses de vacinas para a Secretaria de Saúde de Minas Gerais. Foram distribuídas 4,8 milhões de doses das setes vacinas em questão ao estado.”

Também informou que, caso ocorra falta de vacinas em municípios específicos, a orientação é que “seja feita a redistribuição de doses dentro do território.” O subsecretário de Vigilância em Saúde de Minas Gerais, Eduardo Prosdocimi, afirma que a solução do problema não está necessariamente ligada à redistribuição das vacinas entre os municípios. 
 

TEC./SONORA: Eduardo Prosdocimi, subsecretário de Vigilância em Saúde de Minas Gerais

“O que precisamos é de mais doses. Não há que se falar em deslocar doses. Precisamos ter o compromisso da entrega daquilo que foi planejado para atingirmos as metas de cobertura vacinal. Precisamos, de fato, que os procedimentos de compra e de contratação do ministério e as eventuais questões que os laboratórios estejam enfrentando sejam sanadas.” 
 


LOC.: A pesquisa da AMM foi realizada com prefeitos e gestores de saúde, entre os dias 3 e 5 de setembro. O estudo ouviu 211 gestores de todas as regiões de Minas Gerais. 

Reportagem, Marquezan Araújo