Mais de 70% dos brasileiros aprovam principais diretrizes do novo ensino médio, aponta pesquisa do Sesi e Senai
Segundo estudo, nove em cada dez pessoas aprovam possibilidade de os estudantes fazerem curso técnico. Menos de 15% dos entrevistados acham que alunos saem preparados para mercado de trabalho com modelo antigo da etapa de ensino
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Mais de 70% dos brasileiros aprovam as principais diretrizes do novo ensino médio, segundo pesquisa realizada pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e pelo Serviço Social da Indústria (Sesi), divulgada nesta terça-feira (14). No entanto, 55% disseram estar pouco ou nada informados sobre as mudanças.
O levantamento ouviu 2.007 pessoas por meio de abordagem domiciliar entre 8 e 12 de dezembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
Entre as diretrizes que receberam as maiores aprovações estão: a realização de curso técnico/profissionalizante pelos estudantes (93%); o aluno poder fazer escolhas no currículo do ensino médio de acordo com a carreira que quer seguir (87%); a possibilidade do estudante escolher parte das disciplinas que quer cursar (75%); o novo modelo de currículo (72%); e a possibilidade do aluno poder substituir as matérias tradicionais por matérias profissionalizantes a partir da metade do ensino médio (71%).
O diretor-superintendente do Sesi e diretor-geral do Senai, Rafael Lucchesi, indica que um dos pontos positivos que o novo ensino médio traz é o entendimento de que os estudantes estão em uma fase de transição e, além disso, parte deles - após o término dessa etapa educacional - vai diretamente para o mercado de trabalho.
“No Brasil, pouco mais de 20% dos jovens vão para a universidade. Então nós não podemos ignorar a maior parte dos estudantes que estão nas escolas. Por isso, a importância do ensino médio é esse impulsionamento para o seu projeto de vida e carreira a partir das suas vocações”, analisa Lucchesi.
Estudantes não preparados para ensino superior e mercado de trabalho
De acordo com a pesquisa, 57% dos entrevistados disseram que o ensino médio prepara pouco ou não prepara os estudantes para o ensino superior. O mesmo percentual se repete em relação à preparação para o mercado de trabalho: 57% dos brasileiros acham que os alunos não estão preparados ou são pouco preparados para o ramo do trabalho.
Lucchesi aponta como um dos principais desafios do novo ensino médio a implementação dos cursos técnicos e profissionalizantes. Mas o diretor-geral do Senai também informa que as diretrizes educacionais do Conselho Nacional de Educação (CNE) permitem a cooperação e parcerias para que esse itinerário seja cumprido.
“Certamente, a formação e capacitação dos professores têm um papel extremamente importante na melhoria da qualidade da educação, bem como na implementação da reforma do ensino médio. Além de uma boa comunicação com a sociedade, em especial com as famílias, vai ter um efeito muito importante”, afirma.
O que muda com o novo ensino médio?
As principais mudanças com o novo modelo do ensino médio são a adoção de uma base comum curricular, a escolha de disciplinas formativas por parte do aluno e o aumento da carga horária, que passa de 2.400 horas para 3.000 horas ao longo dos três anos. Cada escola terá que oferecer pelo menos uma formação complementar aos estudantes dentro destas categorias:
- Linguagens e suas tecnologias;
- Matemática e suas tecnologias;
- Ciências da natureza e suas tecnologias;
- Ciências humanas e sociais aplicadas;
- Formação técnica e profissional.
O novo ensino médio começou a ser implementado de forma gradual em 2022 com alunos do 1º ano dessa última fase da educação básica. Neste ano, as mudanças já abrangem alunos tanto do 1º quanto do 2º ano do ensino médio. Em 2024, todas as fases dessa etapa de ensino já seguirão com o novo modelo.