Data de publicação: 12 de Novembro de 2019, 05:30h, Atualizado em: 01 de Agosto de 2024, 19:30h
Como o Aedes aegypti precisa de temperaturas quentes e água limpa para procriar, as pessoas tendem a acreditar que o inseto e as doenças que ele transmite são menos perigosas em áreas secas, caso do Agreste de Pernambuco. Como essa crença não é verdadeira, vários municípios do estado têm enfrentado problemas por conta do risco de infestação do mosquito.
Um deles é Limoeiro, que em 2019 registrou presença do inseto em 10,1% dos imóveis pesquisados na cidade, segundo o Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa). Para o Ministério da Saúde, locais acima com taxa acima de 3,9% se encontram em situação de alerta. O LIRAa é uma metodologia que permite o conhecimento de forma rápida, por amostragem, da quantidade de imóveis com a presença de recipientes com larvas de Aedes aegypti.
Nessas condições, o gerente de Vigilância Ambiental da Secretaria Municipal de Saúde de Limoeiro, Márcio Severino da Silva, ressalta como a população deve lidar com os depósitos de água, sem que o inseto consiga se reproduzir.
“Vedando esses depósitos, eliminando os depósitos que podem ser emborcados ou destruídos, e fazendo com que lixos descartáveis como pneus, brinquedos, louças, latas e garrafas sejam removidos e acondicionados em ambientes protegidos da chuva para que não acumulem água e não venham a criar mosquitos da dengue”, ensina.
O panorama no restante do estado não é diferente. Até 25 de maio de 2019, Pernambuco teve aumento de 68,4% nas notificações de dengue, de 73,2% nos registros de chikungunya e de 158,1% de zika. O LIRAa indica que 149 municípios do estado estão em situação de risco elevada, 68 em situação de risco de surto e 81 em situação de alerta.
O combate deve ser levado a sério devido à agressividade das doenças, que podem levar a morte. Moradora da Cidade Alta, Eliane de Andrade, de 53 anos, pegou chikungunya em dezembro de 2015, na mesma época em que o marido contraiu a doença. A trabalhadora autônoma lembra de consequências da infecção que são sentidas até hoje.
“Fiquei muito inchada, o corpo avermelhado, muitas dores nas articulações. Até hoje eu sofro com as sequelas. Mesmo antes de eu ter a doença, eu já tinha essa preocupação que na minha casa os vasos de plantas têm sempre aqueles pratinhos com terra para que não acumule água”, conta.
E você? Já combateu o mosquito hoje? A mudança começa por você. Aqui vão algumas recomendações do Ministério da Saúde para a limpeza dos reservatórios de água. É importante mantê-los sempre tampados. A limpeza deve ser periódica, com água, bucha e sabão. Ao acabar a água do reservatório, é necessário fazer uma nova lavagem nos recipientes e guardá-los de cabeça para baixo. Segundo o ministério, esse cuidado é essencial porque os ovos do mosquito podem viver mais de um ano no ambiente seco.
Dengue, chikungunya e zika podem matar. Caso queira denunciar focos do mosquito, procure a prefeitura da sua cidade. Para mais informações, acesse: saude.gov.br/combateaedes.
