Imagem: Brasil 61
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Jan Landi, profissional de mercado financeiro, comenta a visão dos EUA sobre nossa economia, juros e reformas

Roberto Dardis, economista e colunista do Brasil 61 entrevista Jan Landi

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O economista Roberto Dardis entrevista Jan Landi, profissional de mercado financeiro há mais de 20 anos atuando em grandes instituições brasileiras e bancos americanos. Landi expõe suas ideais sobre juros, reformas e economia em geral, E nos revela, num bate- papo sobre a economia nacional, como somos vistos no exterior, em termos econômicos e políticos. 

Roberto Dardis: Com juros a 13,75%, você diria que isso  atrapalha muito nos investimentos ou não interfere?

Jan Landi: Primeira questão: 13,75% de juros, vamos ver que interfere sim com a nossa economia real. O Brasil deve ter um dos maiores juros reais do planeta novamente. Para se ter uma ideia aqui a inflação está em torno de 5% e a taxa de juros do governo está em torno de 5%, então juro real 0%.

RD: De zero a 10, qual a nota que você daria sobre intromissões políticas na economia? E qual o peso que essa intromissão pode causar ao país? 

JL: Intromissão na economia de governo tem tanto no Brasil como nos EUA. Nos EUA o negócio é mais discreto, o FED (Federal Reserve) tem autonomia, só que não, ele sofre pressão política também, obviamente isso interfere. O economistas, os bancos centrais eles sabem o que tem que fazer, mas sempre tem a pressão política muito grande por interesses próprios dos políticos que obviamente eles não estão nem ai com a população. Estão defendendo eles e querendo se reeleger, diria que é oito do governo interferindo na economia _ e não é de hoje.

RD: Como você enxerga de fora o atual governo? 

JL: Aqui fora eles não dão muita atenção para o Brasil, assim como quando eles falam é a América Latina toda "Latin America" incluindo o México a nível de investimento. Então aparentemente não mudou muito como os EUA olham o Brasil hoje apesar da mudança política. O Bolsonaro saindo e Lula entrando. O Lula já esteve no governo, eles são cautelosos porque o Lula sempre flerta com a esquerda, mas isso não é uma novidade. Isso não é uma coisa recente, então é  dessa forma que eu vejo.

RD: Está no congresso tanto Arcabouço Fiscal quanto às reformas tributárias. Com elas aprovadas, nossa necessidade para um equilíbrio econômico é adequada, ou precisamos de mais reformas?

JL: Infelizmente, o Brasil precisa de uma série de reforma para se tornar mais transparente, mais estável para os investimentos principalmente daqui de fora. Então muitos interesses diversos acabam alterando a agenda do que o governo se propõe a fazer ou se propôs a fazer, e o que realmente ocorre. Então vamos ver o que acontece com essas reformas realmente causam algum Impacto mudança de como eles encaram o Brasil, mas eles vão esperar para ver sem se anima, por enquanto. Acho que precisam ocorrer outras mudanças. A atitude do governo de respeitar aquela história que tinha antigamente, as diretrizes orçamentárias que poderia gastar o quanto arrecadasse, então isso que precisa deixar mais claro aqui, eu acho que o atual governo não está pelo menos falando dessa forma e está gastando mais do que tem, então isso não é positivo para quem olha daqui de fora não.

RD: Você acha seguro investir no Brasil?

JL:  Desde quando a gente começou a trabalhar nos anos 80 acho que não mudou nada não mudou nada. O Brasil é o eterno adolescente. Uma hora está feliz outra hora está triste. Outra hora está rico outra hora está pobre. Muito incerteza, muita volatilidade, risco alto quando você põe dinheiro no Brasil, e com o atual governo voltando a flertar com as esquerdas, existe sempre aquela preocupação se vão estatizar algum investimento mais sério não vejo só daqui, mas enxergo também que a Europa: enxerga da mesma forma. Eu não acho que  se fosse o brasileiro ia investir aqui fora, não fica deixando o dinheiro todo , porque a gente não sabe o que pode acontecer amanhã. A gente já viu esse filme na época do Collor, com o congelamento. E até hoje a gente lembra como foi aquela ruptura imensa da economia como um todo e quem tinha poder se beneficiou disso e sempre tem essa incerteza.

RD: Conversamos com Jan Landi , que buscou com suas experiências no mercado financeiro uma expectativa sobre nossa economia, colocando sua visão do Brasil vista pelos EUA.
 

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