Marcello Casal jr/Agência Brasil
Marcello Casal jr/Agência Brasil

Guerra e lockdown fizeram brasileiro gastar mais com alimentos e combustíveis

Professor do Ibmec analisa pesquisa da Elo e conclui que pandemia e guerra na Ucrânia foram as causas do aumento dos gastos com alimento e combustível, por parte dos brasileiros

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Pesquisa sobre o consumo dos brasileiros feita pela Elo, uma das principais empresas de pagamentos do país, aponta que entre 2020 e 2022 a maioria dos brasileiros gastou cerca de 46% de sua renda com alimentação e combustível. Os dados da pesquisa foram analisados pelo economista Renan Silva, professor de Economia do Ibmec. Segundo ele, o lockdown provocado pela pandemia e a guerra na Ucrânia fizeram com que as pessoas gastassem mais dinheiro com estes dois itens, do que com outras necessidades básicas.

A pesquisa reúne dados de mais de 43 milhões de cartões ativos da marca "Elo". O levantamento registra a média anual de mais de 4,5 bilhões de transações financeiras gerenciadas pela empresa, em todo o país.

“Naquele período, a gente viu os governos colocaram estímulos monetários, o que gerou inflação de alimentos no lockdown”, observou Renan Silva. A respeito dos gastos com combustíveis, o especialista lembra que “houve o agravamento da crise entre a Rússia e a Ucrânia, que pressionou o preço dos combustíveis de forma contundente, e assim também aconteceu com o gás”.

“Isso acabou pressionando os preços – o que faz com que esses gastos tenham mais representatividade no orçamento das famílias”, destacou.

O levantamento registrado pela Elo também demonstra um crescimento das compras em eletrodomésticos, além de despesas com reformas residenciais. De acordo com o economista, isso aconteceu porque as pessoas tiveram que ficar em casa e buscaram melhorias e maior conforto, na convivência com seus familiares.

“Esse fenômeno acontece mesmo agora, no pós-pandemia”, afirmou Renan Silva. “Muitas pessoas que permanecem trabalhando, no chamado home office, também procuram gerar um ambiente mais agradável para permanecer em casa, por mais horas do dia”, ressaltou.

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LOC: Pesquisa sobre o consumo dos brasileiros desde o lockdown, demonstra que a maior parte das pessoas gastou muito mais dinheiro com alimentos e combustíveis, do que com qualquer outra parte do orçamento familiar. O levantamento foi feito pela Elo - uma das principais empresas de tecnologia de transações comerciais do país. 

De acordo com os dados, neste período os brasileiros destinaram até 46% de sua renda a alimentação e combustível. Para o economista Renan Silva, professor de economia do Ibmec, é preciso recordar que os momentos de “pré e pós-pandemia” foram marcados pela guerra na Ucrânia e pelo próprio lockdown.

SONORA: Renan Silva, economista

“No período de pandemia, precisamos recordar que os governos colocaram os estímulos monetários - o que gerou inflação de alimentos no período de lockdown. Com relação aos combustíveis, precisamos lembrar o agravamento da crise entre a Rússia e a Ucrânia, que pressionou o preço dos combustíveis de forma contundente, e isso aconteceu a partir de janeiro de 2022. Assim também aconteceu com o gás.”
 


LOC: O levantamento registrado pela Elo também demonstra um crescimento das compras em eletrodomésticos, além de despesas com reformas residenciais. De acordo com o economista, isso aconteceu porque as pessoas tiveram que ficar em casa e buscaram melhorias e mais conforto para si e para seus familiares. 

SONORA: Renan Silva, economista

“Uma vez que as pessoas ficaram em casa, elas buscaram melhorias e maior conforto ali, na convivência com seus familiares, num período em que elas não poderiam sair de casa. E até mesmo agora, no pós-pandemia, pessoas que permaneceram trabalhando, no chamado home office, também procuraram gerar um ambiente mais agradável para permanecer em casa, por mais horas do dia.”
 


LOC: A pesquisa reúne dados desde 2020 até o final de 2022, considerando mais de 43 milhões de cartões ativos da marca "Elo". O levantamento registra a média anual de mais de 4,5 bilhões de transações financeiras, gerenciadas pela empresa, em todo o país.

Reportagem: José Roberto Azambuja