Graças à parceria com SESI, cearense termina ensino médio 32 anos após parar de estudar

Empresa em que Francisco de Assis da Silva trabalha oferece oportunidade para que funcionários concluam o ensino básico

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No estado do Ceará, em 2018, SESI e SENAI foram os responsáveis por capacitar mais de 70 mil pessoas, em cursos que vão desde a educação básica até o ensino profissionalizante. Os números são da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC).

Na modalidade de Educação Básica do SESI, cerca de 7,4 mil pessoas passaram pelos ensinos fundamental e médio. Na chamada Educação Continuada, que inclui por exemplo cursos de idiomas e informática, foram mais de 41 mil alunos no ano passado. Nos cursos técnicos e profissionalizantes do SENAI, quase 22 mil pessoas foram capacitadas.


Uma história interessante, entre pessoas que passaram por entidades do Sistema S, é a do cearense Francisco de Assis da Silva, de 58 anos, morador de Fortaleza. Ele havia parado de estudar há 32 anos para trabalhar e ajudar a sustentar a família.

Acontece que empresa em que ele trabalha, o Grupo Guararapes, tem uma parceria com o SESI para que os funcionários que não concluíram o ensino básico tenham a chance de voltar a estudar. Graças a essa parceria, em 2017, Francisco realizou o sonho de concluir o ensino básico.

“É um curso que vale a pena para aqueles que pararam os estudos. É uma oportunidade que antes não tinha, como tem hoje, há alguns anos atrás. É um curso bem elaborado, as matérias que passam para a gente. Os professores do SESI procuram ensinar o máximo possível para a gente adquirir de conhecimento. A gente se atrasou, passou aquele tempo todo. Para a gente foi muito gratificante. Meu sonho era ter concluído o ensino médio”.

Depois de perder oportunidades de emprego por não ter o ensino básico completo, Francisco atualmente ocupa um dos mais importantes cargos de logística dentro da empresa.

E a capacitação do cearense pelo SESI não parou na conclusão do ensino médio. No começo de 2019, ele concluiu também o curso de Libras na entidade. Segundo ele, a iniciativa partiu da empresa, já que conta com mais de 100 trabalhadores surdos no quadro de funcionários.

“É mais um trabalho que o SESI está fazendo aqui com a empresa. Nós temos um quadro de funcionários surdos na média de 100 a 120 pessoas. Então, nós, gestores da empresa, estamos nos qualificando para atender melhor esse público de surdos. Essas pessoas, a gente tem que dar mais atenção à parte. Os funcionários são treinados para falar a língua deles”.

Apesar desse histórico de sucesso, em 2019, a realidade das entidades do chamado Sistema S – do qual fazem parte SESI e SENAI - pode ser diferente. Isso porque o governo Federal já sinaliza fazer cortes no orçamento e reduzir o valor dos repasses anuais, o que já era anunciado antes mesmo do novo governo tomar posse.

Não há confirmação de valores, mas os cortes no total repassado ao Sistema podem variar de 30% a 50%.

Reportagem, Thiago Marcolini

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