Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Oposição aprova que CPI Mista acesse plano de voo de Lula e câmeras de segurança do MJ

Vice-presidente da Comissão afirma que colegiado “não pode passar pano” para quem se omitiu no dia 8 de janeiro, quando houve a invasão e depredação dos prédios da Praça dos Três Poderes


Parlamentares governistas cochilaram na CPI Mista do 8 de Janeiro e a oposição conseguiu aprovar um requerimento, na última terça-feira (11), para quebrar o sigilo dos planos de voo que o presidente Lula (PT) fez no fim de semana em que aconteceu a invasão e depredação dos prédios no início do ano, em Brasília. Além disso, os integrantes da Comissão  — formada por deputados e senadores com objetivo de investigar responsabilidades e omissões sobre os atos registrados na Praça dos Três Poderes — terão acesso a imagens das câmeras de segurança do Ministério da Justiça (MJ) no dia do incidente.

O objetivo dos parlamentares contrários ao governo Lula é revelar um suposto envolvimento ou omissão do ministro da Justiça, Flávio Dino, com as depredações e o vandalismo registrados no dia 8. Segundo a oposição, órgãos de inteligência do Estado brasileiro teriam informado com antecedência, tanto o Poder Executivo quanto o governo do Distrito Federal, que a invasão aconteceria naquele dia. 

O acesso aos planos de voo do atual presidente e também ao circuito interno de câmeras do MJ fazem parte da estratégia dos oposicionistas para tentar demonstrar que teria havido omissão do governo no dia 8 de janeiro. Reforça  esta tese o fato de a Imprensa ter vazado cenas internas do Palácio do Planalto  — um dos prédios depredados — nas quais o ex-ministro G. Dias, do Gabinete da Segurança Institucional (GSI) do atual governo, teria confraternizado com os invasores, sem apresentar nenhuma resistência ao vandalismo.

Segundo o senador Magno Malta (PL-ES) a aprovação dos requerimentos aconteceu em acordo da maioria dos membros da CPI presentes, antes do início do depoimento do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro.

“Nós esperamos realmente que, ao voltar do recesso, a gente retome os trabalhos com normalidade. Queremos investigar mesmo, já que esses requerimentos foram aprovados, e não com essa história de querer passar o pano com a invenção e narrativa de golpe, querendo acobertar quem na verdade se omitiu de tudo o que aconteceu naquele dia", declarou o senador capixaba.

De acordo com Magno Malta, o governo tomou conta da CPI Mista mas foi mal assessorado, no caso da aprovação dos requerimentos que permitem acesso ao plano de voo do atual Presidente da República e das câmeras do MJ. "Eles têm maioria lá — e os requerimentos estavam em todos computadores dos assessores e agora os parlamentares governistas estão desesperados, porque querem esconder o que está vindo à tona", afirmou.

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LOC: Parlamentares governistas cochilaram na CPI Mista do 8 de Janeiro. E a oposição conseguiu aprovar um requerimento, na última terça-feira (11), para quebrar o sigilo dos planos de voo do presidente Lula (PT) no final de semana em que aconteceu a invasão e depredação dos prédios no início do ano, em Brasília.

Além disso, os integrantes da Comissão — formada por deputados e senadores com objetivo de investigar responsabilidades e omissões sobre os atos na Praça dos Três Poderes—, terão acesso ás  imagens das câmeras de segurança do Ministério da Justiça (MJ), naquele episódio, que ainda repercute na política nacional.

O objetivo dos parlamentares contrários ao governo Lula é revelar um suposto envolvimento ou omissão do ministro Flávio Dino diante de depredações e vandalismos registrados no dia 8 de janeiro. Segundo a oposição, órgãos de inteligência do Estado brasileiro teriam informado com antecedência, tanto o Poder Executivo quanto o governo do Distrito Federal, que a invasão aconteceria naquele dia. 

O acesso aos planos de voo do atual presidente e também do circuito interno de câmeras do Ministério da Justiça fazem parte da estratégia dos oposicionistas para tentar demonstrar que teria havido omissão do governo. Reforça esta tese, o fato de a Imprensa ter vazado cenas internas do Palácio do Planalto — um dos prédios depredados — nas quais o ex-ministro Gonçalves Dias, do Gabinete da Segurança Institucional (GSI) do atual governo, teria confraternizado com os invasores, sem apresentar nenhuma resistência ao vandalismo.

Segundo o senador Magno Malta (do PL do estado do Espírito Santo), que faz oposição ao atual governo, a aprovação dos requerimentos, aconteceu em acordo da maioria dos membros da CPI.

SONORA: Magno Malta, senador

“E agora, nós esperamos realmente que, a gente retome os trabalhos querendo investigar mesmo, já que esses requerimentos passaram, e não com essa história de querer passar o pano com a invenção e narrativa de golpe, e querendo acobertar quem na verdade se omitiu de tudo o que ocorreu naquele dia."
 


LOC: Ao final da sessão da CPI Mista do 8 de janeiro, os deputados e senadores da base governista tentaram anular a aprovação dos requerimentos, mas aí já era tarde, e o presidente do colegiado, deputado Arthur Maia (do partido União Brasil, da Bahia), disse que não poderia voltar atrás porque iria contra as regras do Regimento Interno, e manteve a decisão. Com isso, o plano de voo do presidente Lula no dia 8 de janeiro e o circuito das câmeras de segurança do Ministério da Justiça deverão ser acessados pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, logo depois do recesso do Congresso Nacional deste mês de julho.

Reportagem: Jose Roberto Azambuja