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Especialistas e autoridades em inovação celebraram a evolução do Brasil no Índice Global de Inovação (IGI) em live promovida pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), na última sexta-feira (30). Os participantes também destacaram que o país pode e deve subir consideravelmente no ranking se enfrentar seus pontos fracos e aproveitar o potencial das empresas brasileiras e de sua biodiversidade.
O Brasil subiu três posições no IGI, passando da 57ª posição, em 2021, para a 54ª este ano, de acordo com a Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI). Ainda assim, o país está sete posições abaixo de sua melhor marca, o 47º lugar em 2011.
Soumitra Dutta, um dos responsáveis pelo IGI, ressaltou que o Brasil vem melhorando nas últimas edições do IGI. “O que é impressionante é que se você olhar para o ranking de 2020, o Brasil era o 62º. Então houve, definitivamente, uma melhora na performance do Brasil em inovação nos últimos anos. Se você comparar o Brasil com o Chile, que é o tradicional líder em inovação na América Latina, o Chile está em 50º”, afirmou.
Paulo Alvim, ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, disse que o governo tem trabalhado para desburocratizar o ambiente de negócios e torná-lo mais atraente para os investidores.
“Estamos felizes com o resultado do IGI 2022, especialmente porque entendemos que estamos indo em direção ao nosso objetivo, que é ser um líder global em inovação. Nos últimos anos, o Brasil passou da posição 62 para 54 no ranking, um avanço relevante considerando os desafios da pandemia e os impactos sociais e econômicos.”
Pedro Wongtschowski, presidente do Conselho de Administração da Ultrapar e membro do Conselho Consultivo do IGI, representou o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, no evento. Segundo ele, o Brasil ainda está longe do ideal e precisa dar atenção para alguns dos pilares do índice que tiveram desempenho bem abaixo.
“Se olharmos para os sete pilares do IGI do Brasil, podemos ver que a categoria de sofisticação empresarial é o pilar na qual o Brasil está melhor posicionado. Contudo, o Brasil não performa bem em produtos de conhecimento e tecnologia, infraestrutura e, especialmente, instituições. Isso mostra que o ecossistema de inovação brasileira precisa melhorar urgentemente, principalmente, em relação ao ecossistema de negócios”, afirmou.
O IGI é calculado a partir da média de dois subíndices: insumos de inovação e produtos de inovação. O primeiro avalia os elementos da economia que viabilizam e facilitam o desenvolvimento de atividades inovadoras e tem cinco pilares: 1) Instituições; 2) Capital humano e pesquisa; 3) Infraestrutura; 4) Sofisticação do mercado e 5) Sofisticação empresarial. O segundo capta o resultado efetivo das atividades inovadoras dentro da economia e tem dois pilares: 6) Produtos de conhecimento e tecnologia e 7) Produtos criativos.
Soumitra lembrou que o Brasil progrediu bastante no quesito sofisticação empresarial, em que ficou na 35ª colocação entre 132 países. Mas o desempenho em instituições (102) e infraestrutura (65) deixou a desejar. Uma das estratégias para que o país avance, acredita, é “criar uma cultura de inovação”.
“É importante ter algum tipo de estratégia nacional para a inovação. Na maioria dos países, há o entendimento do presidente ou do primeiro-ministro de que a inovação é importante para o futuro do país.”
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Convidado para comentar como o Brasil pode melhorar a sua produtividade, Dennis Herszkowicz, CEO da TOTVS, destacou que a indústria é o setor que mais contribui para isso. “Sua relevância não pode ser subestimada. Ela representa mais de 20% do PIB e dos empregos no país. Também responde por cerca de 70% das exportações do Brasil”, disse.
Dennis Herszkowicz acredita que o caminho para aumento da produtividade e do aumento da renda da população passa por cinco fatores. São eles: a diminuição da informalidade; o aumento da digitalização da economia, sobretudo das pequenas empresas; a disseminação de manufaturas limpas; melhor uso dos institutos de ensino técnico; melhoria do ambiente de negócios.
Os participantes também reforçaram que o Brasil tem vantagens sobre a maioria dos países quando o assunto é inovação aliada ao meio ambiente. “Eu acho que o Brasil pode e deve tentar usar a biodiversidade como uma força, tentar fazer mais pesquisas nessa área e construir mais empresas globais, como a Natura, baseadas em sustentabilidade, preocupadas com o meio ambiente. Ele poderia liderar essa área, porque basta olhar os recursos naturais que o Brasil tem e outros países do mundo não tem”, disse Soumitra.
Os dez países mais bem colocados no IGI de 2022 são: Suíça, Estados Unidos, Suécia, Reino Unido, Holanda, Coreia do Sul, Singapura, Alemanha, Finlândia e Dinamarca.
Em relação ao ranking de 2021, o Brasil ultrapassou o México e a Costa Rica e, agora, só está atrás do Chile na região da América Latina e Caribe.
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