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O Brasil está conseguindo retomar a trajetória positiva na educação básica, especialmente nos anos iniciais do ensino fundamental (1º ao 5º ano). De acordo com os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2023, divulgados pelo Ministério da Educação (MEC), o país atingiu a meta de seis pontos nesse ciclo, um sinal que coloca o desempenho dos estudantes brasileiros em níveis comparáveis aos de nações desenvolvidas, conforme o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa).
Em nota, o MEC destacou o compromisso do governo em ampliar o acesso à educação.
“A fim de garantir que os estudantes aprendam mais, o Ministério da Educação vem apoiando a criação de 3,2 milhões de novas vagas em tempo integral em todas as etapas de ensino, com investimento de R$ 12 bilhões até 2026. Uma escola mais atrativa, com mais tempo e segurança em todo o Brasil, é o foco do Programa Escola em Tempo Integral.”
Nos anos finais do ensino fundamental (6º ao 9º ano), o Ideb registrou um crescimento para 5 pontos, ainda que abaixo da meta de 5,5 pontos. Esse resultado sinaliza uma recuperação em relação a 2019, quando a nota foi de 4,9 pontos, e mostra o impacto positivo das políticas implementadas para mitigar os efeitos da pandemia na educação.
Para o professor Pedro Lima, formado em Letras pela UNB, a pandemia trouxe desafios consideráveis para a educação.
“A pandemia trouxe um impacto, a meu ver mais negativo para a educação, porque houve uma mudança de postura muito drástica em todos os setores, em todas as partes fundamentais desse meio educacional. Porque houve primeiro uma mudança de postura dos alunos. Com essa digitalização da educação, o acesso à informação se tornou muito mais instantâneo, de modo que esses alunos hoje buscam conteúdos não mais em livros, em aulas, e sim em redes sociais.” explica.
Já no ensino médio, o desempenho dos estudantes também apresentou evolução, com a pontuação de 4,3 pontos em 2023, comparado a 4,2 pontos em 2019 e 2021. Embora não tenha alcançado a meta de 5,2 pontos, o aumento sugere que as medidas de recuperação estão começando a surtir efeito. Pedro Lima explica o que ainda pode melhorar na educação básica.
“O que ainda precisa melhorar tem muito a ver com investimento em formação, formação dos alunos, dando mais possibilidades, dando mais formas de esse aluno ingressar em ensino superior, de ter um ensino técnico de qualidade, para que esse indivíduo consiga ter realmente uma educação básica bem feita, para que ele consiga ingressar no mercado de trabalho e também uma formação continuada para professores, porque hoje a gente vive uma realidade em que os professores de maior destaque estão nas instituições privadas, porque a gente tem nas instituições privadas uma remuneração melhor.”
O Ideb continua sendo o principal instrumento de monitoramento da qualidade da educação básica no Brasil, fornecendo dados valiosos sobre o desempenho dos estudantes em língua portuguesa e matemática, além de avaliar os índices de aprovação e a trajetória escolar.
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