Foto: Rogério Reis/Ministério da Saúde
Foto: Rogério Reis/Ministério da Saúde

Diagnóstico dos casos de câncer de cabeça e pescoço predomina em estágio avançado

Tumores nessa parte do corpo estão entre as principais causas de morte por câncer no Brasil

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O câncer de cabeça e pescoço se desenvolve nas cavidades oral e nasal, faringe, laringe, seios paranasais, tireoide e glândulas salivares. Em média, 76% dos casos só são diagnosticados em estágio avançado, o que dificulta o tratamento, além de elevar a taxa de mortalidade.

Segundo o Ministério da Saúde, a taxa de mortalidade ajustada por câncer de cabeça e pescoço caiu de 5,69 óbitos para cada 100 mil habitantes, em 2017, para 5,12 em 2020. Entre a população masculina, essa taxa caiu de 9,20 óbitos em 2017 e para 8,21 óbitos em 2020, a cada 100 mil homens. Entre a população feminina, o índice foi de 2,34 óbitos por 100 mil mulheres, em 2017, para 2,17 em 2020. No entanto, apesar da retração, esse tipo de tumor é uma das principais causas de morte por câncer no país. 

Os tumores de cabeça e pescoço são mais comuns em homens fumantes com mais de 40 anos. O consumo do tabaco aumenta em até cinco vezes a chance de desenvolvimento da doença. Se associado ao consumo de álcool, o risco aumenta.

Segundo a oncologista Alessandra Leite, os principais fatores causadores de tumores de cabeça e pescoço são a exposição ao tabagismo e o consumo excessivo de bebidas alcoólicas. 

“Fumar e consumir bebidas alcoólicas em excesso, são os dois maiores causadores da doença. Obviamente esses dois fatores não são exclusivos, o desenvolvimento de uma neoplasia é sempre multifatorial, então o paciente pode ter uma tendência genética associada”, completa a oncologista.

 A infecção pelo HPV também é um fator de risco para o câncer de orofaringe. A doutora Alessandra aponta que os vírus do HPV e o Epstein-Barr Vírus também podem ser os causadores de tumores cabeça e pescoço, porém são mais raros.

Sintomas

Os principais sinais e sintomas desse tipo de tumor são bastante parecidos com outras condições clínicas, por isso devem ser investigados caso apareçam.

  • Aparecimento de nódulo no pescoço;
  • Ferida na cavidade oral que não cicatriza em até 15 dias;
  • Dor de garganta que não melhora;
  • Dificuldade para engolir;
  • Alterações na voz ou rouquidão.

Mayara Ayres, de 25 anos, moradora de Águas Claras (DF), descobriu o câncer de tireóide aos 23 anos de idade, após alguns equívocos de diagnóstico. 

“Eu tive algumas batalhas pessoais em relação ao meu tratamento, porque aqui em Brasília nenhum médico queria fazer a retirada parcial, o meu nódulo estava localizado só do lado esquerdo e todo médico que eu ia queria fazer a retirada total da tireóide e eu não queria isso, não queria ficar dependente de remédios”, conta Mayara.

Após algumas pesquisas, Mayara descobriu uma cirurgia robótica, onde os cortes seriam feitos debaixo do lábio e conseguiriam retirar apenas a parte necessária.

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Tratamento

De acordo com informações da Associação Brasileira de Câncer de Cabeça e Pescoço (ACBG), o tratamento dos tumores benignos e malignos desta região quase sempre inclui cirurgia. Quando necessário, há um tratamento complementar. Tumores iniciais podem não necessitar de radioterapia ou quimioterapia se forem ressecados completamente com cirurgia. 

Pela localização anatômica, os cânceres de cabeça e pescoço podem gerar diversas alterações e sequelas em funções vitais dos pacientes como alimentação, comunicação, olfato, visão e interação social. Dessa forma, a depender do caso específico, são necessárias diversas reabilitações para que possam voltar a ter qualidade de vida, são elas:

Reabilitação Fonatória: Adaptação à nova condição de vida por meio do acesso ao atendimento fonoaudiológico especializado.

Reabilitação Pulmonar: O objetivo é permitir que pessoas atinjam e mantenham seu nível máximo de independência e capacidade pulmonar. 

Bucomaxilofacial: Necessidade urgente de acesso a próteses orais e/ou fonatórias, bem como as sondas de alimentação em determinados casos.

Fisioterapia: Busca a compensação das limitações causadas pelo tumor, via mobilização e treinamento de outros grupos musculares, tais como os rombóides e o elevador da escápula.

Para mais informações, acesse o site da Associação Brasileira de Câncer Cabeça e Pescoço.
 

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