
LOC: A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI Mista) instalada no Congresso Nacional para investigar os atos de vandalismo do dia 8 de janeiro, em Brasília, aprovou nesta terça-feira (13) a convocação inicial de 35 pessoas – a maioria, ligadas ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Todos terão que depor na condição de testemunha, e outras pessoas ainda serão chamadas.
Foram aprovados para depor os nomes de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal; o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (que está preso, acusado de burlar cartões de vacinação); o general Augusto Heleno, ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), e o general Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice na chapa de reeleição do ex-presidente.
Por enquanto, os parlamentares governistas da CPI conseguiram impedir a convocação de figuras ilustres do governo Lula, como o atual ministro da Justiça Flávio Dino e o general Gonçalves Dias, ex-ministro do GSI. Ambos são acusados de terem colaborado ou negligenciado com a segurança, no cumprimento de suas funções, para que os atos de vandalismo acontecessem.
O presidente da Comissão, deputado Arthur Maia (do União Brasil, da Bahia), garantiu que está sendo imparcial na condução dos trabalhos do colegiado, sem perseguir nem proteger ninguém. Ele prometeu que não tem tido “posição” em relação a nenhum tipo de requerimento que seja apresentado.
SONORA: Arthur Maia, deputado e presidente da CPMI do 8 de Janeiro
“Eu não posso ter posição em relação a nenhum tipo de requerimento que seja apresentado. Eu tenho que estar investido da minha condição de Presidente e deixar que o plenário decida. Se eu como Presidente já me colocar contra ou a favor a convocação ou não convocação de quem quer que seja, eu estarei já prevaricando na minha obrigação de ser Presidente de uma CPI que vai – ouvindo o plenário – tomar as suas deliberações. Eu espero que a CPI ela contribua para o fortalecimento da democracia.”
LOC: Oficialmente, o objetivo da CPI Mista do 8 de Janeiro é apurar eventuais responsabilidades por falhas no sistema de segurança, que – por ação ou omissão – podem ter contribuído para que houvesse a depredação. Além disso, o colegiado quer descobrir eventuais patrocinadores da manifestação. Nesta terça-feira (13), os membros da Comissão também aprovaram um pedido de acesso a relatórios da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), nos quais haveriam alertas sobre os riscos de ataques aos prédios da Praça dos Três Poderes, e que teriam sido encaminhados antecipadamente a órgãos de Segurança e a autoridades do atual governo.
Reportagem: José Roberto Azambuja