LOC: Os deputados da CPI do MST — Comissão Parlamentar de Inquérito, que investiga as ações do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra — aprovaram na última terça-feira (20) a convocação de João Pedro Stédile e José Rainha Júnior para dar explicações sobre invasões e depredações de fazendas por integrantes do movimento. Os dois estão entre os maiores líderes dos sem-terra do país.
De acordo com o professor de Ciências Políticas do Ibmec, Rodolfo Tamanaha, o avanço do cerco formado por oposicionistas que integram a CPI sobre os dois líderes dos sem-terras reflete o enfraquecimento do governo no Congresso Nacional. Segundo o especialista, a rapidez com que foi instalada a Comissão demonstra que o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira, pode estar fazendo da CPI um instrumento de barganha para pressionar o governo.
SONORA: Rodolfo Tamanaha, professor de Ciências Políticas do Ibmec Brasília
"O Lira no final das contas deixou né essa CPI ser constituída, exatamente, porque passa a ser também um contraponto e uma... Até um instrumento de barganha, em certa medida, com o Poder Executivo. Porque é exatamente essa CPI que viria para bater no Poder Executivo. Então a minha avaliação realmente é de que ela pode, não sei se desestabilizar, mas acho que ela pode ser mais um momento aí de enfraquecimento dessa relação do Poder Executivo com o Congresso."
LOC: Da mesma forma que o professor de Ciências Políticas do Ibmec, ao final da reunião da CPI, na terça-feira passada, parlamentares da base governista avaliaram a convocação dos dois líderes dos sem terra como mais uma forma de tentar desgastar o governo do presidente Lula, já que a CPI conta com maioria de deputados que fazem oposição ao atual governo.
Reportagem: José Roberto Azambuja