LOC.: As situações de risco enfrentadas pelos municípios do Rio Grande do Sul — em função das fortes chuvas — provocam problemas que vão além dos danos materiais e ambientais, com a destruição de moradias, estradas e pontes. Até o momento, cerca de 364 cidades podem ter complicações com relação ao saneamento básico. A situação se agrava diante da análise dos números do Boletim da Defesa Civil estadual: são mais de 20 mil pessoas desabrigadas até agora, 129.279 desalojadas e outras 873.275 afetadas.
Diante dos estragos causados, o estado tem recebido apoio de diferentes lugares para atender a população. Uma atenção necessária, na opinião do presidente da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), Guilherme Duarte. Ele informa que enviou uma equipe de 22 especialistas para dar suporte na operação de saneamento nas cidades, recentemente inundadas.
TEC./SONORA: Guilherme Duarte, copasa
“Nossos técnicos estarão muito focados em manutenções de quadros de comando, painéis elétricos, conjuntos de motobombas e no correto funcionamento e restabelecimento das estações de tratamento de água que começam a aparecer novamente nos municípios com o abaixar das águas”,
LOC.: Conforme boletim do Centro de Operações Integradas da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), são 766 mil imóveis desabastecidos em 48 municípios. A Companhia mantém alerta de situação crítica de desabastecimento na região Metropolitana. O advogado Sócio de SPLAW e pesquisador da USP, Guillermo Glassman, mostra preocupação com as consequências da enchente que atinge o Rio Grande do Sul. Segundo o especialista, problemas relacionados ao saneamento básico podem se agravar ainda mais, ao observar o cenário que já existia de ausência de serviços essenciais.
TEC./SONORA: Guillermo Glassman, advogado
“Isso ocorre, por exemplo, em municípios que ainda utilizavam lixões, tendo em vista que a universalização de aterros sanitários e outras formas mais adequadas de tratamento de lixo ainda não é o cenário vivido pelo Brasil. Num município com lixões, essa enxurrada de água vai levar esse lixo e contaminantes relacionados ao lixo que se encontra a céu aberto ou se enterrado numa posição muito superficial ou inadequada do ponto de vista de posição de terreno”,
LOC.: Os municípios Alvorada, Canoas, Cachoeirinha, Esteio e Sapucaia do Sul estão 100% desabastecidos, com as estruturas operacionais comprometidas devido aos alagamentos. Viamão tem 97% dos imóveis sem água — e Gravataí 50%. Guaíba e Eldorado do Sul estão isolados. Segundo boletim da Corsan o racionamento continua, enquanto os prejuízos ainda estão sendo contabilizados, equipamentos reparados e substituídos para voltar a fornecer água de qualidade, em plena operação.
Reportagem, Lívia Azevedo