LOC.: As chuvas intensas que atingem o Rio Grande do Sul estão dificultando o trabalho dos radialistas e jornalistas no estado. Neste momento de calamidade pública, os serviços realizados por emissoras de rádio são essenciais para informar a população sobre os abrigos, locais seguros, doações, entre outros.
O jornalista César Bresolin Salvaro, da rádio e Tv C.B.S de Sapucaia do Sul, explica que a emissora precisou fazer adaptações para continuar trabalhando — inclusive mudando o conteúdo que era focado em esportes e entretenimento, para falar sobre a situação do estado.
TEC./SONORA: César Bresolin Salvaro, da rádio e Tv C.B.S de Sapucaia do Sul
“Nós também tivemos pessoas da nossa equipe que foram atingidas pela enchente, perdendo tudo. Fizemos então a adaptação e desde o dia primeiro de maio, estamos com uma cobertura ampla sobre as enchentes na nossa região e também no Vale do Taquari. Também estamos fazendo muita ajuda humanitária, como com auxílio nos resgates através dos ouvintes."
LOC.: Entretanto, algumas rádios relataram que estão com problemas para realizar a cobertura. Esse é o caso da jornalista Ariana de Oliveira, moradora de Lajeado. Ela explica que trabalha na Rádio Popular FM, localizada em Teutônia, no Vale do Taquari.
TEC./SONORA: Ariana de Oliveira, moradora de Lajeado, jornalista na Rádio Popular FM, localizada em Teutônia
“Com as cheias em Lajeado, nós ficamos praticamente 9 dias sem água, sem luz e sem comunicação. A comunicação foi restabelecida um pouco antes da chegada da luz, por dados móveis apenas. Então eu fiquei uma semana sem me comunicar com o pessoal [de Lajeado]. Antes da chegada da luz, eu me desloquei para Teutônia para dar continuidade ao meu trabalho."
LOC.: Ariana de Oliveira afirma que outras cidades do Vale do Taquari também foram prejudicadas, o que afetou a comunicação entre os funcionários.
De acordo com a Defesa Civil do Rio Grande do Sul, existem mais de 267 mil pontos sem energia elétrica no estado; cinco municípios sem serviços de telefonia e internet da operadora Vivo e um município sem serviços da Tim.
A jornalista Cris Viegas, da Rádio Mix FM de Porto Alegre, também está enfrentando problemas para se deslocar até o trabalho. Ela participa do Jornal Mix ao lado de André Machado
TEC./SONORA: Cris Viegas, jornalista na Rádio Mix FM de Porto Alegre
“As estradas foram bloqueadas, além de toda a destruição dos municípios. Então nós precisamos fazer o programa de casa. A nossa equipe montou um pequeno estúdio na casa do André na minha casa e assim a gente pode seguir trabalhando, levando notícias de tudo que está acontecendo no estado.”
LOC.: Em nota, a Associação Gaúcha de Emissoras de Rádio e Televisão informou que as emissoras de rádio locais estão passando por momentos “complicados”, com chuva, enchentes e deslizamentos de terra atingindo os municípios do Rio Grande do Sul. Nesse cenário, a programação está voltada para comunicar as informações disponibilizadas pela Defesa Civil, prefeituras e governo federal. Atualmente, a associação possui 307 emissoras gaúchas associadas.
Reportagem, Nathália Guimarães