Foto: Freepik
Foto: Freepik

Calor histórico gera novo recorde de consumo de energia

Com uso intenso de ventiladores e aparelhos de ar-condicionado nas residências e empresas, aumento chegou a 11,4% em novembro, segundo Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE)


O recorde histórico de calor batido em novembro passado fez o consumo de energia elétrica disparar em todo o país. O aumento foi de 11,4% em relação ao mesmo mês de 2022, segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Tudo isso graças ao aumento do uso de aparelhos de ar-condicionado e ventiladores. 

A advogada Maria Alice Coutinho, que mora em Independência, no Ceará, cansou de sentir calor e comprou o aparelho de ar-condicionado. Já no primeiro mês viu a conta mais que dobrar. O valor passou de R$ 100 para R$ 250 por mês. “Eu costumo ligar o aparelho entre 23h e 6h da manhã, mesmo assim senti o impacto na conta.” 

Maria Alice faz parte dos consumidores do chamado mercado regulado, que inclui residências e pequenas empresas que contratam eletricidade diretamente das distribuidoras. Nesse segmento, o aumento chegou a 15,2% no comparativo anual.

O engenheiro elétrico Guilherme Barcellos explica que “a própria onda de calor pode explicar o aumento do consumo, uma vez que, com o maior calor, a tendência é dos equipamentos de ar-condicionado e refrigeração funcionarem por mais tempo e em potência máxima por um período maior”.

Além disso, o uso mais intenso dos equipamentos exige que a manutenção seja mais frequente e, caso ela não seja feita, a eficiência pode diminuir e a tendência é que esses aparelhos consumam mais energia, explica o engenheiro.

Última semana de 2023 será marcada por bastante chuva em grande parte do país

Setores da economia que mais consumiram 

Os setores de serviços e comércio foram os que mais tiveram aumento no consumo em novembro, 16,2% e 14,1% respectivamente. São ramos que, além do impacto da temperatura, com a necessidade de um uso mais intenso de equipamentos de refrigeração em shoppings, hotéis e supermercados, também usaram mais energia para garantir estoque para as festas de fim de ano.

Por conta disso, todos os estados do país aumentaram o consumo de eletricidade em novembro com relação ao ano passado. No Espírito Santo, essa alta do consumo de energia chegou a 28,4%. Em seguida, vem Mato Grosso (28%), Maranhão (22,9%), Acre (19,3%) e Rio de Janeiro (19,2%).

Dicas para aliviar o bolso

O engenheiro Guilherme Barcellos explica que a escolha do equipamento é um dos principais fatores para se conseguir equilibrar o consumo de energia. 

“O ideal é sempre buscar por equipamentos com a tecnologia inverter e que tenham classificação de consumo do Procel — aquela etiqueta que vem no equipamento – A ou superior. Além disso, é importante manter a manutenção em dia, equipamentos do tipo split Hi-Wall, comuns em residências e lojas comerciais, tipicamente precisam de uma limpeza realizada por profissional capacitado anual além da limpeza de filtros que pode ser feita pelo usuário.”

Barcellos ainda explica que a limpeza anual é fundamental para que o equipamento funcione em sua máxima eficiência e consuma menos energia. Outra dica importante é com relação a temperatura, que deve ser confortável para o ambiente — ela deve ficar entre 22ºC e 24°C. “Configurar o equipamento para temperaturas mais baixas não vai fazer com que o ambiente gele mais rápido. Além disso, vai fazer com que o equipamento trabalhe em potência máxima por mais tempo e, consequentemente, consuma muito mais energia, sem necessidade.”
 

Receba nossos conteúdos em primeira mão.

LOC.: O recorde histórico de calor batido em novembro fez o consumo de energia elétrica disparar em todo o país. O aumento foi de 11,4% em relação ao mesmo mês de 2022, segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica. Tudo isso graças ao aumento do uso de aparelhos de ar-condicionado e ventiladores. 
Para os consumidores do chamado mercado regulado — que inclui residências e pequenas empresas que contratam eletricidade diretamente das distribuidoras — o aumento chegou a 15,2% no comparativo anual. O engenheiro elétrico Guilherme Barcellos explica que causou essa alta.
 

TEC/SONORA: engenheiro elétrico, Guilherme Barcellos 

“A própria onda de calor pode explicar o aumento do consumo, uma vez que existe uma tendência dos equipamentos ficarem mais tempo ligados, isso aumenta o consumo naturalmente. E pelo calor estar maior esses equipamentos funcionam com uma potência maior por mais tempo, daí o equipamento acaba consumindo mais.” 
 


LOC.: Os setores de serviços e comércio foram os que mais tiveram aumento no consumo em novembro, 16,2% e 14,1% respectivamente. Mas foi em casa que a advogada Maria Alice Coutinho, de Independência, no Ceará, viu a conta mais que dobrar. A luz passou de 100 para 250 reais por mês. Ainda assim,ela está feliz com o conforto que ganhou. 

TEC/SONORA: Maria Alice Coutinho, advogada

“Como eu tive bastante necessidade e estava buscando mesmo o conforto, então eu acho que foi um bom custo-benefício e que pra mim valeu a pena. Porque eu alcancei meu objetivo que era o conforto durante a noite e sabia que teria um custo por isso, então, pra mim, valeu a pena.” 
 


LOC.: Mas, segundo o engenheiro, dá pra economizar na conta. Ele dá as dicas.
 

TEC/SONORA: engenheiro elétrico, Guilherme Barcellos 

“Fazer a escolha de um equipamento que seja mais eficiente. Procurar o selo ou a etiqueta do Procel e ver a classificação que ele se enquadra. Então, quanto maior a classificação, estamos falando de A, A+, mais eficiente ele é, menos ele vai gastar de energia. A gente sugere sempre que os equipamentos sejam configurados para operar entre 22 e 24 graus. Essa é a faixa de temperatura considerada confortável.”
 


LOC.: Limpar o aparelho uma vez por ano e a manutenção em dia, também ajudam a economizar na conta de energia. 

Reportagem, Lívia Braz