Foto: Divulgação FGV
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Brasil precisa investir em novas fontes de energia elétrica, defende economista da FGV IBRE

Em entrevista exclusiva ao Brasil61.com, o economista da FGV IBRE André Braz também pontuou dicas que podem ser seguidas por consumidores durante períodos de alta no preço da conta de luz

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No início desta semana, a população brasileira se deparou com a informação de que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aumentaria o valor cobrado na conta de luz, a partir de junho de 2021. Para comentar sobre esse assunto, o Brasil61.com ouviu o economista da FGV IBRE, André Braz. Em entrevista exclusiva, ele confirmou que a medida foi tomada devido às reduções percebidas nos níveis dos reservatórios de água que ajudam a fornecer energia elétrica.

“A geração de energia hidrelétrica é mais barata, mas quando o nível dos reservatórios fica muito baixo, não é possível gerar a quantidade de energia que a economia demanda. Por essa razão, os custos de geração de energia, pela necessidade de acionamento e de outras fontes mais caras de energia, acabam provocando esse encarecimento nas contas de luz. Esse encarecimento é por estágio. Nós temos algumas bandeiras tarifárias, da verde a vermelha patamar 2, que podem ir se alternando em função dos volumes dos reservatórios”, explica.

André Braz lembra que o Brasil atravessa um período de seca mais rigoroso e que, segundo os meteorologistas, o país ainda está entrando no período de escassez de chuva mais intenso do ano. Apesar de ainda não saber como será o inverno, o economista afirma que a sazonalidade dessa época já oferece um volume menor de chuvas. Por isso, ele pontuou algumas dicas que devem ser seguidas pelos consumidores.

“Por isso que é muito importante para a família usar a energia elétrica com a melhor gestão possível. Não deixando a luz acesa em cômodos que não estiverem sendo utilizados, monitorar o banho das crianças com chuveiro elétrico, não deixar eletrodomésticos que não estão sendo usados plugados na corrente elétrica. Todas essas medidas são fundamentais para a economia. Até mesmo, quando possível, a troca de um eletrodoméstico antigo, pouco eficiente em energia, por um mais novo, que seja mais eficiente”, orienta.

Diante desse quadro, o economista avalia que o Brasil precisa investir em fontes alternativas de energia. Para ele, a disponibilidade que o país tem de uma costa litorânea extensa, seria, por exemplo, ideal para investimento de recursos em energia eólica, que poderia ser utilizada como uma reserva ou até mesmo como fonte principal.

“Alguns estados, principalmente do Nordeste do País, já investem em energia eólica, mas ainda é pouco disseminado para termos uma reserva extra de energia, ou fontes de geração de energia, que nos torne mais independentes da parte hidrelétrica. Porque o sistema hidrelétrico precisa de água. Se não tem água, é preciso acionar o sistema termo elétrico. E, no termo elétrico, o custo para geração de energia é mais caro e obriga a agência reguladora a adotar uma bandeira tarifária mais cara”, pontua.

Braz destaca, ainda, que qualquer cidadão pode acompanhar a evolução dos dados referentes aos reservatórios no Brasil, pela internet. No entanto, ele ressalta que a recuperação dos volumes se dá pela presença regular de chuva em locais que a água possa ser captada por esses reservatórios. Caso contrário, segundo ele, as condições para efeito de geração de energia elétrica continuam as mesmas.  

“Às vezes chove muito, mas em áreas que não possibilitam a captação desse volume de água para o reservatório. Então, é importante chover, mas nas áreas onde os reservatórios estão instalados. Porque às vezes chove em determinada região do País, a gente acha que o sistema hídrico está se normalizado, mas a conta de luz só faz subir. Isso ocorre porque aquela chuva não está na área em que nos ajudaria a ter uma geração de energia mais barata”, salienta.
 

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