Bolsonaro faz breve pronunciamento e defende a democracia
Presidente comentou sobre manifestações pelo país, fortalecimento da direita e defesa das liberdades econômica, religiosa e de opinião
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Mais de 40 horas após o resultado das eleições de 30 de outubro, o presidente Jair Bolsonaro fez o primeiro pronunciamento, no Palácio da Alvorada, em Brasília. Em um breve discurso, de pouco mais de dois minutos e sem espaço para perguntas da imprensa, Bolsonaro iniciou a fala agradecendo os cerca de 58 milhões de votos recebidos no último domingo (30). Na sequência, comentou sobre as manifestações que ocorrem em rodovias de 22 estados e do Distrito Federal. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, até a manhã desta terça-feira (1º), eram 267 pontos ativos de manifestação.
“Os atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral. As manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas, mas os nossos métodos não podem ser o da esquerda, que sempre prejudicaram a população, como invasão de propriedade, destruição de patrimônio e cercamento de ir e vir”, disse Bolsonaro.
Bolsonaro destacou ainda em seu discurso que sempre atuou dentro do que é permitido pela Constituição e que a cumprirá até o final do mandato, negou ser antidemocrático e a favor da censura da mídia e das redes sociais. O presidente defendeu também as liberdades econômica, religiosa, de opinião e a honestidade, e chamou atenção para o fortalecimento da direita no cenário político brasileiro, com o grande número de parlamentares eleitos no último pleito.
“A direita surgiu de verdade em nosso país. Nossa robusta representação no Congresso mostra a força dos nossos valores: Deus, pátria, família e liberdade. Formamos diversas lideranças pelo Brasil. Nossos sonhos seguem mais vivos do que nunca. Somos pela ordem e pelo progresso”, disse Bolsonaro.
Eleições 2022: Lula é eleito presidente do Brasil, com 50,83% dos votos
Após o pronunciamento do presidente, o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, afirmou que dará início à transição de governo. “O presidente Jair Bolsonaro autorizou, quando for provocado, com base na lei, a iniciarmos o processo de transição. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, segundo ela, em nome do presidente Lula, disse que na quinta-feira(3) será formalizado o nome do vice-presidente Geraldo Alckmin. Aguardaremos que isso seja formalizado para cumprir a lei do nosso país", disse.
No último domingo, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito presidente da República ao derrotar, em segundo turno, Jair Bolsonaro (PL). Lula foi eleito com 50,90% dos votos (60.345.999), contra 49,10% de Bolsonaro (58.206.354).