LOC.: A febre oropouche se espalha pelo Brasil e preocupa cada vez mais as autoridades de saúde. Após o país registrar as duas primeiras mortes de adultos pela doença, há cerca de duas semanas, o Ministério da Saúde confirmou o primeiro óbito fetal causado por transmissão vertical, da mãe para o filho, da arbovirose.
Até 28 de julho, o Brasil havia registrado 7.286 casos de oropouche, em 21 estados. Antes restrita à região amazônica, a doença tem avançado pelo país, o que levanta o sinal de alerta, explica o médico infectologista Victor Porto.
TEC./SONORA: Victor Porto, médico infectologista
"É algo que preocupa. A gente tem pouco conhecimento da doença em larga escala, porque tínhamos poucos casos relatados na região amazônica, e esse ano a gente viu um crescimento muito grande em todo o país."
LOC.: O vírus que causa a oropouche é transmitido, principalmente, por um mosquito conhecido como maruim. A oropouche faz parte de uma lista de doenças classificadas como arboviroses, como dengue, Zika, chikungunya e febre amarela.
Os sintomas da oropouche se confundem com o dessas outras enfermidades: febre repentina, dor de cabeça intensa, dor muscular, dor articular, tontura, dor retro-ocular, náusea, diarreia, entre outros.
Por conta dessa semelhança, Victor Porto diz que a melhor forma de detecção da oropouche é por meio de exame laboratorial do tipo PCR, que é capaz de identificar o material genético do vírus.
TEC./SONORA: Victor Porto, médico infectologista
"Não tem como a gente fazer o diagnóstico apenas clínico. As manifestações clínicas são muito semelhantes à dengue, por exemplo, ou outras síndromes febris agudas. O diagnóstico precisa da realização do exame, principalmente em pacientes que têm sintomas característicos de dengue, mas que testaram negativo para essa doença, ou em pessoas que viajaram para locais onde a gente sabe que está tendo transmissão."
LOC.: O Ministério da Saúde recomenda, como medidas de proteção para evitar ou diminuir a exposição às picadas dos insetos, o uso de roupas compridas, sapatos fechados e repelentes nas partes expostas do corpo, em especial nas primeiras horas da manhã e ao fim da tarde.
A limpeza de terrenos e de locais de criação de animais, o recolhimento de frutas e frutos que caem no chão, o uso de telas de malha fina em portas e janelas também são medidas de combate ao maruim.