LOC.: O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro vai fechar 2022 com saldo negativo de 4,1%. O balanço apresentado nesta quarta-feira (7) pela Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária aponta a queda da produção e a redução dos preços como itens motores desse déficit.
Além dos impactos da pandemia, a guerra entre Rússia e Ucrânia foi colocada pela CNA como o principal distúrbio econômico do ano, o que acelerou a inflação de energia e alimentos em todo o mundo.
Em dezembro do ano passado, a previsão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) era a produção de 291 milhões de toneladas para a safra de grãos 2021-2022. O balanço fechado em setembro deste ano apontou produção de 271 milhões de toneladas.
O diretor técnico da CNA, Bruno Lucchi, explica os motivos que levaram à queda de produção.
TEC./SONORA: Bruno Lucchi, diretor técnico da CNA,
“Tivemos mais uma vez uma La Niña de intensidade alta, principalmente nos três estados do Sul, mais Mato Grosso do Sul, tivemos enchentes em Minas Gerais, Bahia e outros estados do Nordeste que prejudicaram muito a safra de grãos. Pegando só milho e soja, o prejuízo foi estimado em R$ 83 bilhões.”
LOC.: Em relação à balança comercial, entre janeiro e novembro deste ano, as exportações do agro representaram 48% do total do país, crescimento de 23,1% em comparação a todo o ano de 2021. As importações, por outro lado, somaram R$ 15,8 bilhões de um total de R$ 250,8 bilhões.
A diretora de relações internacionais da CNA, Sueme Mori, destaca um dos principais avanços do comércio internacional brasileiro neste ano.
TEC./SONORA: Sueme Mori, diretora de relações internacionais da CNA.
“Uma excelente notícia neste ano em relação às relações comerciais foi a conclusão do acordo das negociações com Singapura. Esse é o primeiro acordo que o Mercosul fecha com países da Ásia. Singapura não é um mercado muito grande, mas é significativo.”
LOC.: Ao analisar o cenário internacional e as projeções do agronegócio para 2023, a CNA considera que o crescimento mundial terá ritmo mais lento. Quanto à produção das principais commodities, a Confederação prevê que haverá incremento de soja, o que pode levar a uma queda do preço do produto no próximo ano.
Entre as commodities, a Confederação prevê preços maiores para o trigo. A expectativa é de que o PIB do agronegócio fique entre 0% e 2,5%.