Data de publicação: 11 de Setembro de 2017, 23:30h, atualizado em 17 de Julho de 2020, 18:31h
A defesa do empresário Joesley Batista, do grupo J&F, e do executivo da empresa, Ricardo Saud, informou nesta segunda-feira (11) que vai pedir a revogação da prisão temporária dos delatores. Os dois se entregaram no domingo (10) à Polícia Federal, em São Paulo, e desembarcaram nessa segunda, em Brasília, onde foram alojados na Superintendência da PF, em celas separadas. De acordo com o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, que assumiu a defesa dos executivos, a prisão de ambos foi “desleal”.
"O procurador-geral da República ficou numa situação delicada. E agora, como termina esse mandato, e termina de uma forma melancólica, com a crítica dos grandes formadores de opinião e dos grandes jornais desse país, o doutor Janot viu uma forma de poder melhorar sua imagem. Que seria tirar aquele ponto em que ele foi mais criticado. Isso não é correto, isso é deslealdade”.
Ainda de acordo com Kakay, a defesa vai provar que não houve nenhuma irregularidade por parte da delação dos executivos.
“Na quinta-feira (7), a procuradora que estava o ouvindo [Joesley] pediu a ele para apresentar, ele disse, 'Olha eu só não apresentei esse aúdio porque os advogados que acompanharam a delação disseram que não tinha importância'. A procuradora, com razão, disse 'Olha, quem tem que analisar a importância é a procuradoria' Ele disse 'Eu tenho o aúdiio e entrego imediatamente. Eu vou mandar trazer o aúdio'. Isso na quinta-feira, em uma reunião na Procuradoria. Eu acho que, talvez, o doutor Janot ao pedir a prisão não tenha conversado com os procuradores que estavam ouvindo ele [Joesley]".
As prisões de Joesley Batista e de Ricardo Saud são temporárias, com prazo de cinco dias, mas podem se tornar preventivas, quando não há prazo para soltura. Eles reconheceram em depoimento prestado à Procuradoria-Geral da República (PGR) que sabem de informações e possuem novos áudios que não foram entregues no acordo de delação premiada, negociado com a PGR. No entendimento do procurador-geral, Rodrigo Janot, ao que tudo indica, a omissão de fatos nos depoimentos de delação foi intencional. Janot explicou que um áudio entregue pelos advogados da JBS narra supostos crimes que teriam sido omitidos. Segundo ele, a gravação foi entregue por descuido dos advogados como uma nova etapa do acordo.
De Brasília, João Paulo Machado
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