POLÍTICA: 45% de brasileiros não têm preferência partidária, segundo Ibope

Cientista político afirma que a corrupção divulgada nas mídias tem desapontado grande parte dos eleitores

 

 

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REPÓRTER: A pesquisa Ibope, do mês de outubro, mostrou que quase metade dos brasileiros não têm preferência partidária. Segundo dados do levantamento divulgado, na última semana, pela empresa de pesquisa, 45% das pessoas ouvidas não declararam preferência por nenhum partido. No grupo dos que afirmaram ter simpatia por alguma legenda, os três maiores partidos do Brasil, PT, PMDB e PSDB, detém as maiores taxas. Segundo a pesquisa, 12 por cento dos entrevistados têm preferência pelo PT, 10 por cento escolhem o PMDB e outros 10 por cento preferem o PSDB. Para o cientista político da Universidade de Brasília, UnB, David Fleischer, o grande número de brasileiros apartidários é reflexo, principalmente, das supostas participações de políticos nos escândalos de corrupção.

SONORA: David Fleischer, cientista político da UnB

“Em grande parte, o eleitor está desapontado com os partidos políticos. Porque, em grande parte, os partidos têm participado de muitos atos e episódios de corrupção nos últimos anos. Então, isso desacreditou muito os partidos políticos para o eleitor.”

REPÓRTER: Ainda segundo Ibope, a queda de preferência do PT teve uma variação de 24 pontos percentuais em comparação com o melhor momento do partido, em abril de 2013, quando 36% declararam simpatia ou preferência pelo partido. Já o PSDB cresceu e atingiu, neste ano, os mesmos 10% de preferência partidária registrados em 1998. Para o cientista político David Fleischer, a polaridade dos dois partidos no poder também se repete na preferência do eleitorado.

SONORA: David Fleischer, cientista político da UnB

“É porque o eleitorado é mais um contraste entre o PSDB e o PT. Sendo que o PT está com uma imagem muito negativa entre os eleitores, isso valoriza a opinião e a avaliação dos eleitores para o PSDB. O PSDB foi para o segundo turno contra Dilma, em outubro do ano passado, e nessa campanha, Dilma prometeu tudo o que não conseguiu entregar, em 2015.”

REPÓRTER: O IBOPE ouviu duas mil pessoas, em 140 municípios brasileiros, entre os dias 17 e 21 de outubro.

Reportagem, Sara Rodrigues

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