LAVA JATO: Dilma Rousseff teria cobrado, pessoalmente, doação ilegal de campanha, segundo delação de Odebrecht

SalvarSalvar imagem
SalvarSalvar imagem

REPÓRTER: A operação Lava Jato, da Polícia Federal, pode ganhar novos rumos caso o executivo Marcelo Odebrecht, dono da construtora de mesmo nome, conceda depoimento aos delegados da operação em troca de um acordo de leniência, a chamada “delação premiada”.
 
Reportagem publicada na imprensa, no último dia 3, afirma que o empreiteiro, preso desde o ano passado, já teria falado aos investigadores. Ele teria dito que a presidente afastada, Dilma Rousseff, pediu, pessoalmente, 12 milhões de reais por fora, ou seja, em esquema não declarado. O dinheiro seria repassado ao PMDB e ao marqueteiro João Santana, responsável pela campanha presidencial de 2014. Se confirmado, o pedido configura crime de caixa 2. Em nota, Dilma negou que tivesse feito qualquer acordo com Odebrecht em busca de benefícios próprios ou de qualquer pessoa.
 
João Santana foi preso pela Lava Jato em fevereiro. A operação da PF conseguiu rastrear uma conta do marqueteiro na Suíça. Ele teria recebido três milhões de dólares por meio de empresas localizadas em paraísos fiscais, conhecidas como ‘offshores’. O dinheiro teria sido repassado pela Odebrecht. A Polícia Federal acha improvável que o dinheiro não esteja vinculado aos serviços que João Santana prestava ao PT.
 
Para ter validade de investigação, o depoimento de Marcelo Odebrecht precisa ser homologado pelo relator do processo de impeachment contra Dilma Rousseff no Supremo Tribunal Federal, ministro Teori Zavascki, o que ainda não aconteceu. A Procuradoria-Geral da República não confirma o teor da delação do empreiteiro. Se as acusações forem confirmadas, o depoimento de Odebrecht pode amarrar as pontas e dar um fim às investigações da operação Lava Jato.
 
Reportagem, Bruna Goularte

Receba nossos conteúdos em primeira mão.