LOC.: O Governo Federal publicou uma série de recomendações para gestores e trabalhadores do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) quanto ao atendimento de idosos e deficientes nas unidades de acolhimento institucional. O objetivo é proteger esses dois grupos do contágio pelo novo coronavírus, já que são parte da população mais vulnerável à infecção. De acordo com o Ministério da Cidadania, os serviços de acolhimento institucional que atendem a muitas pessoas potencializam o risco de transmissão da Covid-19.
Para diminuir essa possibilidade, o órgão recomenda a transferência dos acolhidos para a casa de familiares ou pessoas com vínculo significativo ou até mesmo para hotéis durante a pandemia. O mesmo se aplica aos trabalhadores das instituições, que poderiam residir, temporariamente, caso queiram, em uma unidade hoteleira perto do trabalho, de modo a diminuir o risco de contágio no trajeto.
A pasta recomenda a organização de novas unidades de acolhimento em caráter emergencial para pequenos grupos (até 10 pessoas), e setorização da instituição em subgrupos, de modo que eles não utilizem os mesmos espaços. Como forma de facilitar a convivência, o governo sugere que os sintomáticos sejam separados dos assintomáticos.
Segundo a assistente social Maria Luz, o principal eixo da portaria é mostrar a importância da conexão entre a assistência e a saúde, de modo que isso garanta a qualidade de vida de idosos e pessoas com deficiências que vivem nas unidades de acolhimento.
TEC./SONORA: Maria Luz, assistente social.
"A ideia é suscitar e provocar essa reflexão em cada estado para que cada localidade perceba a importância da interconexão entre saúde e assistência, que são dois dos três pilares principais da seguridade social brasileira, prevista na Constituição Federal.”
LOC.: A Nota Técnica aconselha os gestores locais a controlar o fluxo de entrada e saída dos profissionais nas instituições. Sugere que mantenham, sempre que possível, a equipe de referência residindo no local durante a crise causada pelo vírus. Além disso, reforça cuidados em relação à locomoção dos trabalhadores até a unidade de acolhimento e com entregadores e profissionais que saem para fazer as compras.
Outras orientações adicionais são: higienizar e descartar as embalagens adequadamente e destacar um profissional da unidade para medir a temperatura e fazer perguntas sobre estado de saúde de todas as pessoas que entram na instituição diariamente. De acordo com o Ministério da Cidadania, as unidades de acolhimento devem acompanhar a saúde dos acolhidos, atentando-se para sintomas relacionados à Covid-19. Os mais comuns são febre, tosse, dor de garganta e dificuldade para respirar.
Maria Luz acredita que as medidas vão beneficiar, também, os trabalhadores das instituições de acolhimento.
TEC./SONORA: Maria Luz, assistente social.
“Essa interconexão é válida não só para garantir a qualidade vida dos idosos e das pessoas com deficiência acolhidas pelos estados, como também para os profissionais de saúde de assistência que estão cuidando dessas pessoas. A portaria mostra a necessidade de um fluxo menor de pessoas nesses ambientes, mas sem deixar de garantir essa qualidade de vida dentro."
LOC.: O órgão destaca que as medidas complementam outras, que já foram dadas tanto pela pasta, quanto pelo Ministério da Saúde e Anvisa, por exemplo. Entre elas, estão suspender, temporariamente, a visita de familiares e amigos próximos, incentivando o contato por telefone; restringir saídas desnecessárias e afastar trabalhadores que apresentem sintomas de síndrome gripal.
Reportagem, Felipe Moura