FINANÇAS: Planos de saúde individuais e familiares terão aumento de até 13,5% na mensalidade

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LOC.: A Agência Nacional de Saúde Suplementar, a ANS, reajustou o teto das mensalidades dos planos de saúde para 13,5%. Isso significa que os mais de oito milhões de beneficiários de planos individuais e familiares devem pagar mais caro pelo serviço já a partir deste mês. O aumento é mais que o triplo da inflação oficial pedida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), que costuma ser a base para esse tipo de reajuste. Para a professora especialista em saúde da UFRJ, Ligia Bahia, não há nada que justifique um aumento tão expressivo nas mensalidades.
 
TEC./SONORA: Ligia Bahia, professora da UFRJ, especialista em saúde
“Ele é injustificado pela recessão, ele é injustificado pela inflação e ele é injustificado, inclusive, pelo índice específico relacionado com o que as famílias gastam com saúde, etc. Bom, e qual é a conseqüência desse reajuste? Vai penalizar extremamente a população. Especialmente os clientes que já pagam mensalidades muito elevadas. E quem pega essas mensalidades muito elevadas? Os idosos. Então vai ser muito difícil manter esses planos de saúde.”
 
LOC.: Quem paga pelo serviço precisa ficar atento, já que os planos de saúde podem cobrar o valor retroativo. Então, por exemplo, se o mês de aniversário do contrato é maio, a mensalidade de junho vai vir mais cara, porque vai vir com o valor referente à cobrança retroativa. Na avaliação da professora Ligia Bahia, esse aumento nas mensalidades vai acabar prejudicando todo o sistema hospitalar.
 
TEC./SONORA: Ligia Bahia, professora da UFRJ, especialista em saúde
“Vai ser pior para todo mundo. Vai ser pior para quem perdeu o plano, mas vai ser pior, também, para quem vende plano e para quem comercializa plano. E vai ser pior, também, para quem é dono de hospital. Porque se não tiver plano, também não vai ter quem se interne nesses hospitais privados. E também vai ser pior para os próprios profissionais de saúde que também vão perder clientes. Enfim... É uma conta que não fecha.”
 
LOC.: Em nota, a  Associação Brasileira de Planos de Saúde explicou que a inflação médica mundialmente costuma ser maior que a inflação geral. De acordo com a Associação, o aumento no valor das mensalidades acontece por conta dos elevados custos médico-hospitalares, calculado com base na variação de preços e na frequência de utilização dos serviços.
 

 

Reportagem, Bruna Goularte

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