ECONOMIA: Professor explica como o rombo de R$ 170,5 bi nas contas públicas afeta os brasileiros

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REPÓRTER: O brasileiro está tendo que pagar mais caro pelo pãozinho da padaria e por outros produtos. E um dos responsáveis pelo aumento dos preços é a dívida pública brasileira. Por isso, o presidente interino, Michel Temer, anunciou nesta terça-feira (24) medidas para tentar conter o avanço dos gastos públicos e para retomar o crescimento da economia. Na segunda-feira (23), o governo pediu autorização ao Congresso para que as contas públicas registrem um rombo de até 170 bilhões e meio de reais em 2016. Um número que, se se confirmar, será um recorde para o país. O economista e professor do departamento de Economia da PUC do Rio de Janeiro, Roberto Simonard, explica como o déficit afeta a vida do cidadão.
 
SONORA: Roberto Simonard, economista e professor do departamento de Economia da PUC-RJ
“O fato de o governo brasileiro estar devendo muito acaba provocando um aumento na taxa de juros. Esse aumento na taxa de juros é geral para todos. Você tem o juro do cartão de crédito mais caro, o juro do cheque-especial mais caro, o juro do carnê, da prestação da geladeira, da prestação do carro mais caro, os juros que as empresas pagam, mais caros. E isso tudo acaba, não só, por um lado, diminuindo as compras, como também gerando a inflação. Aumenta custos, aumenta preço. Então, uma dívida do governo acaba, de uma maneira direta ou indireta, atingindo a todos os cidadãos”.
 
REPÓRTER: Uma das propostas anunciadas pelo governo Temer foi estabelecer um limite para os gastos públicos e conter o volume de subsídios oferecidos. De acordo com o economista Roberto Simonard, o que se espera, com as medidas, é que os investidores voltem a confiar no mercado brasileiro. Simonard acredita que, aos poucos, a volta do investimento vai melhorar a situação econômica do país.
 
SONORA: Roberto Simonard, economista e professor do departamento de Economia da PUC-RJ
“Distribuir renda, diminuir o desemprego. Gerar mais impostos, porque a economia funcionando de maneira mais intensa gera mais impostos. Isso vai ajudar o governo federal, vai ajudar o governo dos estados. Começa a haver uma sucessão de ganhos, aos poucos, a economia vai saindo dessa situação difícil e vai dando condições melhores de sobrevivência à população”.
 
REPÓRTER: O conjunto de medidas para recuperar a economia foi aprovado na noite desta terça-feira (24) pelo Congresso Nacional. Segundo a equipe econômica do governo, a meta de até R$ 170 bilhões e meio de reais é um teto. O governo pretende fechar o ano com um rombo menor do que isso.
 
Reportagem, Bruna Goularte

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