ECONOMIA: Medidas anunciadas para incentivar economia são importantes, mas insuficientes, diz economista

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REPÓRTER: O governo federal anunciou na última quinta-feira (15) um pacote de medidas microeconômicas para tentar reaquecer a economia, aumentar a produtividade e diminuir o número de brasileiros desempregados no país. Entre as principais propostas estão: a regularização de dívidas, em que empresas e pessoas físicas vão poder pagar o que devem de tributos e impostos ao governo; a permissão de diferenciação de preços com diferentes meios de pagamento, em que comerciantes vão poder dar desconto para quem for pagar à vista, e a tentativa de redução da burocracia para o comércio exterior.
 
Apesar de acreditar que as medidas são importantes, o ex-presidente do Conselho Federal de Economia, José Luiz Pagnussat, entende que as propostas ainda são insuficientes para reaquecer a economia brasileira. Na avaliação do economista, o primeiro passo para uma melhora da recessão brasileira seria reduzir a taxa básica de juros, a Selic.  
 
SONORA: José Luiz Pagnussat, economista e ex-presidente do Conselho Federal de Economia
“A taxa Selic elevada significa pisar no freio da economia. Enquanto você estiver com o freio puxado, um freio forte como nós temos agora com essa taxa Selic, que em termos reais está muito elevada - porque a inflação caiu e a taxa não acompanhou a queda da inflação.  Enquanto não destravar a economia, fica difícil a retomada do crescimento. Medidas outras são necessárias também, mas elas sozinhas não são suficientes para uma reativação da economia de forma mais consistente e forte”.
 
REPÓRTER: Ainda de acordo com o economista José Luiz Pagnussat, a melhor proposta do governo federal se trata da ampliação e reativação do crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o BNDES. Se aprovada, a medida permitirá uma redução dos custos das linhas de crédito para pequenas e micro empresas.
 
SONORA: José Luiz Pagnussat, economista e ex-presidente do Conselho Federal de Economia
“Essa é uma medida fundamental nesse contexto de taxas de juros de mercado absurdamente altos. Uma vez que essas linhas de financiamento do BNDES praticam juros baixos e a sua ampliação ajuda a solucionar os problemas que hoje as empresas enfrentam: queda na receita e de dificuldade no pagamento dos compromissos financeiros, inclusive nos compromisso financeiros ligados ao pagamento de impostos”.
 
REPÓRTER: O governo estuda, ainda, a liberação do saque de um pedaço do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, o FGTS, para o ano que vem. O objetivo é quitar dívidas feitas com banco. Por enquanto, a proposta é que haja uma redução de 10 por cento na multa de demissão paga pelo empregador.
 

 

Reportagem, Bruna Goularte

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