ECONOMIA: Estimativa de inflação a 7,3% reflete alta nos preços de commodities, diz economista

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REPÓRTER: A inflação brasileira, calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, o IPCA, deve ultrapassar o teto de 6,5 por cento estabelecido pelo governo para 2016 e ficar em 7,3 por cento. A estimativa é do Relatório Trimestral de Inflação, divulgado pelo Banco Central nesta terça-feira (27).  
 
Para José Luiz Pagnussat, ex-presidente do Conselho Federal De Economia (Cofecon), uma série de fatores “extras”, que estão fora da previsão tradicional, tem impactado os preços em 2016, fazendo com que a inflação resista. O aumento no preço de algumas commodities agrícolas e alimentos é um deles.   
 
SONORA: José Luiz Pagnussat, ex-presidente do Conselho Federal de Economia
“Em especial, os problemas climáticos, que resultaram no aumento significativo de matérias-primas, como milho e soja, e também de produtos finais, como hortifrutigranjeiros. No caso da queda da produção do milho, você tem um impacto direto no preço de vários produtos. Em especial as carnes: no caso, o frango, 70 por cento do alimento do frango é o milho e outros 20 por cento é a soja. Esses dois produtos foram afetados pelos problemas climáticos e tiveram seus preços historicamente majorados”.
 
REPÓRTER: Por outro lado, o relatório divulgado pelo Banco Central projetou uma melhora no IPCA para 2017. A estimativa é a de que o índice fique em 4,4 por cento, abaixo da meta de 4,5 por cento.  O IPCA mostra a variação do custo médio de vida da população brasileira. Por isso, quando um produto fica mais caro, o indicador também sobe. Uma das formas encontradas pelo Banco Central para controlar os preços e tentar atingir a meta de inflação é aumentar a taxa básica de juros, a Selic.
 
De acordo com o economista José Luiz Pagnussat, a estimativa de inflação no centro da meta em 2017 é um indicativo de que o BC já pode pensar em reduzir os juros.  
 
SONORA: José Luiz Pagnussat, ex-presidente do Conselho Federal de Economia
“Em relação à taxa de juros, o próprio indicativo de uma melhora do patamar inflacionário em 2017 já é um fator que pode levar o Copom, os diretores do Banco Central, junto com o seu presidente, nas próximas reuniões, iniciarem um processo de redução da taxa de juros”.
 
REPÓRTER: O Banco Central também estima que a economia deve continuar em queda em 2016. O Produto Interno Bruto (PIB) deve recuar 3,3 por cento este ano. Para 2017, a expectativa é melhor: o BC prevê um crescimento de 1,3 por cento no PIB, que é a soma de todas as riquezas produzidas pelo país.
 
 
Reportagem, Bruna Goularte 

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