ECONOMIA: Contingente da força de trabalho subutilizada no Brasil é de 22,9 milhões, segundo IBGE

Taxa  de subutilização da força de trabalho no Brasil atingiu 21,2% no terceiro trimestre deste ano

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REPÓRTER:  A  taxa  de subutilização da força de trabalho no Brasil atingiu 21,2 por cento no terceiro trimestre deste ano. Isso   corresponde   a   22  milhões  e  900  mil  pessoas  que,  ou  estão desempregadas,  ou  não  usam  todo  o  potencial  que poderiam oferecer no mercado,  ou,  ainda, que não estão em busca de um trabalho, mas aceitariam estar empregadas.

As  informações,  divulgadas  pelo  Instituto  Brasileiro  de  Geografia  e Estatística,  o  IBGE,  mostram  que  o Norte e o Nordeste do país foram as regiões mais afetadas. É o que explica o economista José Adelmir Freire.

SONORA: 
José Aldemir Freire, economista
“Nitidamente  nós temos uma situação para as regiões, por exemplo, do Norte e  do  Nordeste,  com  taxas  de  desocupação cada vez mais elevadas. Com o problema  do  desalento  já  batendo  na  porta desses mercados de trabalho regionais. Ou seja, nós já temos uma redução da força de trabalho tanto no Norte  quanto  no  Nordeste.  Parte em função das pessoas estarem saindo do mercado  de trabalho, porque a taxa de desemprego já está muito alta por um tempo prolongado”.

REPÓRTER:
De acordo com José Aldemir Freire, existe uma tendência de que as contratações  temporárias aumentem no final do ano, principalmente no setor de  comércio  e  turismo.  Apesar  disso,  o  economista não acredita que a situação do desemprego vai melhorar no Brasil.

SONORA: 
José Aldemir Freire, economista
“É  importante  considerar  que  a  economia  continua  em recessão. Há uma expectativa  de  um  pequeno  crescimento  do  PIB  ao  longo de 2017; esse crescimento  provavelmente será concentrado mais para o segundo semestre no ano.  Mas  esse  crescimento  que a gente eventualmente possa ter no PIB de 2017 ainda vai ter um impacto pouco significativo no mercado de trabalho do país. Então eu não vejo, nos próximos trimestres,  uma reversão continuada, firme e sustentável dessa tendência de degradação do mercado de trabalho no Brasil."

REPÓRTER:  Ainda  de acordo com o IBGE, os maiores índices de subutilização da  força de trabalho foram observados na Bahia, no Piauí, no Maranhão e em Sergipe.
 
Para  calcular  os  novos  índices, são levadas em considerações três taxas diferentes:  a  de  desocupação, que representa as pessoas desempregadas em busca  de  trabalho;  a  taxa  combinada  de  desocupação e subocupação por insuficiência  de  horas  trabalhadas,  que considera pessoas que trabalham menos  de  40 horas semanais e gostariam de preencher o resto das horas com outra  ocupação;  a  taxa  combinada  de desocupação e da força de trabalho potencial,  que  abrange  as  pessoas  que  gostariam de trabalhar, mas não procuram  trabalho,  ou  ainda,  que  procuram emprego,  mas  não  estavam disponíveis para trabalhar.
 
Por fim, o IBGE também passou a calcular a taxa composta  da  subutilização  da  força  de  trabalho,  que é o somatório da população  desocupada, subocupada por insuficiência de horas trabalhas e da força  de  trabalho  potencial,  tendo como denominador a força de trabalho ampliada.
  
Reportagem, Bruna Goularte

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