Data de publicação: 28 de Agosto de 2015, 02:30h, Atualizado em: 14 de Janeiro de 2019, 12:45h
REPÓRTER: Está na TV, nas escolas, nas ruas e na internet. O bullying, que é uma adaptação do termo em inglês que significa valentão, é uma forma de atitude agressiva, tanto física quanto verbal. A Pesquisa de Comportamento de Saúde em Crianças em Idade Escolar, da Organização Mundial da Saúde, feita em 2012, mostrou que para países da Europa e da América Norte, 20 por cento dos alunos com 11 anos de idade sofreram bullying na escola, no período de um ano que antecedeu o estudo. No Brasil, de acordo com a Pesquina Nacional de Saúde Escolar, em 2012, quase sete e meio por cento dos estudantes afirmaram que sempre ou quase sempre se sentiram humilhados por provocações de colegas. O percentual maior foi entre os meninos, com quase oito por cento. Os resultados mostraram também que cerca de 21 por cento dos alunos praticaram algum tipo de bullying. Segundo a psicóloga especialista em bullying infantil, Flávia Tavares, a prática pode ter uma grande influência negativa na vida da criança e do adolescente, que pode até levá-lo a praticar a ação com outras pessoas no futuro.
SONORA: Flávia Tavares, psicóloga especialista em bullying infantil
“Podem causar mudança no comportamento. A criança ou a pessoa pode ficar isolada, não sair de casa com medo. Até mesmo pode mudar o comportamento dessa pessoa, quando ela sofre bullying quando criança, e se torna adulta, vê que está mais forte e mais poderosa, ela pode até fazer isso com as outras pessoas que ela possa se achar superior. Então ela pode vir até a praticar o bullying. E pode causar também muito sofrimento. Além do isolamento ela pode vir a ter uma depressão, causar transtorno de personalidade e por aí vai.”
REPÓRTER: Com o objetivo de mostrar a meninas e mulheres o que as adolescentes passam, já passaram ou ainda vão passar, a escritora Cléo Busatto escreveu o livro “A fofa do terceiro andar”, lançado em junho deste ano, que conta a história da Ana. Uma menina que sempre foi alegre e nunca se importou com os adjetivos, mas quando começou a ser rejeitada pelos colegas da escola e os vizinhos por estar acima do peso resolveu se isolar de tudo. A escritora explica que sempre vai ter alguém que vai querer colocar o outro para baixo, e por isso as pessoas acabam achando que são algo que na verdade não são.
SONORA: Cléo Busatto, escritora
“Sempre vai ter um perverso para perceber o nosso ponto fraco, arrasar com a gente e causar muita tristeza. Porque nós acabamos nos sentindo rejeitados por isso, e muitas vezes não se tem um apoio da família, da escola, e muitas vezes a escola nem sabe que aquilo está acontecendo.”
REPÓRTER: A psicóloga Flávia Tavares diz que o bullying é algo que sempre existiu, e segundo ela, vai continuar existindo enquanto não houverem palestras que incentivem os alunos a não praticarem ações que machuquem o outro.
Reportagem, Sara Rodrigues
