AVANÇO: SUS prevê capacitação para transplantar órgãos após morte circulatória

Profissionais do SUS vão poder ser capacitados para realizar transplantes com órgãos de doadores com o coração parado. Eles sofreram a chamada morte circulatória. Nesses casos, não há chances de sobrevivência, mas existem técnicas que permitem o aproveitamento do coração e de outros órgãos sólidos, como pulmão e rins. A capacitação vai ser realizada por meio de um acordo assinado nesta semana entre Brasil e Espanha

SalvarSalvar imagem
SalvarSalvar imagem

Tempo de áudio - 02'28''

REPÓRTER: Profissionais do SUS vão poder ser capacitados para realizar transplantes com órgãos de doadores com o coração parado. Eles sofreram a chamada morte circulatória. Nesses casos, não há chances de sobrevivência, mas existem técnicas que permitem o aproveitamento do coração e de outros órgãos sólidos, como pulmão e rins. A capacitação vai ser realizada por meio de um acordo assinado nesta semana entre Brasil e Espanha. O documento prevê a formação de equipes de transplantadores em campos inéditos ou pouco explorados no país, como é o caso do transplante com morte circulatória, já realizado na Espanha. No Brasil, os transplantes só ocorrem após a confirmação da morte cerebral e com a permissão da família. O coordenador geral do Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde, Heder Borba, explica que essa capacitação é importante para que o SUS possa realizar o procedimento no futuro.

SONORA: coordenador geral do Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde – Heder Borba

"Pretendemos conhecer melhor o desenvolvimento deste programa porque esses programas estão sendo desenvolvidos em populações que têm uma pirâmide populacional mais idosa. E como a mudança no Brasil do nosso perfil etário também ocorre a cada dia, nós precisamos conhecer esses programas e quem sabe ter um programa-piloto de ampliação do número de doadores através da morte circulatória, também. Como a Espanha é um país que tem um grande desenvolvimento do sistema de doação e essa é uma metodologia que hoje representa mais de, acho que 20% do volume global de transplantes deles, nós queremos que os nossos profissionais tenham acesso também a essa tecnologia".

REPÓRTER: Há dez anos, a mãe da relações públicas Rosemeire de Souza perdeu a vida porque não encontrou a tempo um doador de fígado. Rosemeire acredita que inciativas como esse acordo entre Brasil e Espanha contribuem para minimizar o sofrimento dos pacientes e das famílias.

SONORA: relações públicas – Rosemeire de Souza

"Chega uma época que não tem mais como esperar e a pessoa vai falecer. Com essas novas técnicas o Brasil vai diminuir as filas dos transplantes e vai ser melhor para as famílias porque só assim, com mais transplantes, vai poder salvar mais vidas. Então, essas novas técnicas que vão chegar ao Brasil vão ser muito boas para o povo brasileiro".

REPÓRTER: O Brasil é referência mundial em transplantes, com 95% dos procedimentos realizados de graça no SUS. Para saber mais, acesse www.saude.gov.br.

Reportagem, Fábio Ruas

Receba nossos conteúdos em primeira mão.