ALTÔNIA (PR): Agentes fazem campanha em igrejas para conscientizar fieis sobre importância da vacina contra HPV

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REPÓRTER: O vírus do HPV é quase sempre associado a relações sexuais. Porém, esse é apenas um meio de contaminação, ele pode ser contraído por diversos outros motivos, como pelo simples ato de utilizar o mesmo sabonete que uma pessoa contaminada. Por isso é importante a imunização das jovens com a vacina. Altônia, no interior do Paraná, é uma cidade conhecida por contar um grande número de religiosos. Devido a isso, houve uma resistência da população com a campanha da segunda dose de vacinação contra o HPV. Muitos tinham medo de que as filhas iniciassem a vida sexual mais cedo por conta da vacina. Profissionais da área da saúde foram até os templos para conscientizar os fieis sobre a importância da vacina e acabar com o medo da população. O médico do Sistema Único de Saúde, Delber Oliveira, foi um dos que foram até os locais, mas ele garante que ainda existe muita resistência.
 
SONORA: Médico do SUS, Delber Oliveira
 
“Os  médicos se mobilizaram, eu mesmo fui a várias igrejas evangélicas, inclusive, comunidades católicas também, para conscientizar a população da necessidade, da importância da vacinação das meninas na faixa etária regulamentada pelo ministério para o HPV. Mesmo com todo esse trabalho o índice ainda é baixo, a gente ainda tem um pouquinho de dificuldade em relação a conscientização dos país da importância em relação a essa vacina”.
 
REPÓRTER: Até o momento 22 por cento da meta da segunda dose da campanha foi atingida. O dado ainda é inferior a meta de 75 por cento das jovens imunizadas. O vendedor Leandro Rodrigues admite que tinha preconceito com a vacina, mas depois de se informar não teve dúvidas e imunizou a filha de 13 anos.
 
SONORA: Vendedor, Leandro Rodrigues
 
“A gente criou um tabu quanto a isso pela questão da sexualidade mesmo. Quando você assume essa vacina anti-HPV, claro que está pensando na saúde do teu filho, mas a questão principal é que está abrindo as portas pela questão da relação sexual. Então a gente ficou com receio e com medo e com auxilio de alguns amigos médicos também nos aconselhando a dar essa vacina sim”.
 
REPÓRTER: O secretário de Vigilância do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, ressalta que os pais devem aproveitar a chance para vacinar os filhos. Ele afirma que as adolescentes que tomaram a primeira dose precisam obrigatoriamente tomar a segunda.
 
SONORA: Secretário de vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa.
 
“As famílias não podem perder essa oportunidade e não devem dar ouvidos a boatos de redes sociais, a boatos que não tem nem comprovação no Brasil e nem em qualquer lugar do mundo. É muito importante que as meninas que tomaram a primeira dose tomem a segunda. A proteção só está completa quando ela toma a segunda dose e cinco anos depois ela toma o reforço e as meninas de nove a 11 anos, em 2015, começar a vacinar para que a gente tenha a mortalidade por câncer de colo de útero reduzida de maneira drástica em nosso país”.
 
REPÓRTER: A população de Altônia pode tomar a vacina contra o HPV em qualquer  um dos 10 postos de saúde do município. Equipes de saúde também vão até a zona rural da cidade para imunizar as adolescentes.  Os locais funcionam de segunda a sexta, de sete e meia da manhã até as cinco horas da tarde. Sem a segunda dose a primeira não tem efeito.
 
Reportagem, Rodrigo Nunes

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