Data de publicação: 08 de Julho de 2019, 05:34h, Atualizado em: 01 de Agosto de 2024, 19:30h
A hanseníase é uma doença crônica, transmissível e de notificação obrigatória no Brasil. Ela atinge os nervos, retira a sensibilidade da pele e pode até atrofiar membros. Os sintomas são pequenas manchas que se espalham pelo corpo e ficam insensíveis ao toque, a sensações de calor ou frio ou até mesmo de dor. Mas apesar do estigma por conta das sequelas, a hanseníase tem tratamento. No Pará, a taxa de cura da doença é de 76,9% dos casos, segundo a Secretaria Estadual de Saúde.
Acontece que, ao menor sinal de sintomas, é essencial buscar ajuda o quanto antes. O hansenólogo da Coordenação de Controle da Hanseníase do Pará, Carlos Cruz, alerta que os sintomas da doença podem ser facilmente confundidos e, justamente por isso, é muito importante se dirigir à Unidade Básica de Saúde mais próxima.
“É uma doença denominada dermato-neurológica, que acomete a pele e os nervos. Na pele, ela causa manchas mais claras do que a pele normal ou avermelhadas e pode causar lesões do tipo impingem, em uma linguagem popular. Pode causar nódulos, que são caroços, ou placas vermelhas disseminadas pela pele. Ela acomete os nervos causando dormências ou causando deformidades do tipo “garra” na mão, pode causar um “pé caído”, pode causar ferimentos principalmente nos pés, por conta da perda de sensibilidade. E também afetas os olhos, podendo causar fraqueza na pálpebra e o indivíduo ficar com lesão que chama-se de paralisia da pálpebra.”

Por conta da falta de conhecimento sobre hanseníase por parte da população, muita gente tem medo de ter contato com quem está doente. Quase sempre existe um preconceito, que já começa a partir do recebimento do diagnóstico. Esse foi o caso do funcionário público Augusto Picanço, que trabalha em uma Unidade Básica de Saúde e, ao ter contato com um paciente, também foi infectado.
“Para mim foi um choque, eu não esperava. Comecei a chorar, me desesperei. Passei por psicólogo e foi um trauma muito grande, eu fui à loucura. Comecei a me isolar da família. Fiz o tratamento de um ano. Tive apoio, graças a Deus, da família, da direção, dos funcionários de onde trabalho até hoje. Terminei o tratamento, fiz a medicação e agora recebi a alta por cura, graças a Deus, e vivo a minha vida normal. Por mais que eles (médicos) falassem: ‘a sua vida não vai mudar em nada, não precisa se afastar, não precisa se separar de nada, leve uma vida normal, é só fazer o tratamento, porque a doença tem cura, não pode é faltar ao tratamento’.”
Por isso, o importante mesmo é ficar atento aos sinais do seu corpo. Ao surgimento de qualquer mancha que tenha a perda ou diminuição da sensibilidade ao toque, ao calor ou frio, procure a Unidade Básica de Saúde mais próxima. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, menores as chances de sequelas. A hanseníase tem cura e o tratamento está disponível gratuitamente no SUS. Então, não esqueça: identificou, tratou, curou. Para mais informações acesse saúde.gov.br/hanseníase.
