LOC.: Um dos principais destinos das exportações brasileiras, a União Europeia importou quase 51 bilhões de dólares do Brasil no ano passado, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
Levantamento da Confederação Nacional da Indústria, a CNI, indica que quase metade de todo esse montante eram bens industriais. Com a formalização do tratado entre o Mercosul e a União Europeia, o fluxo de bens industriais tende a aumentar.
A ascensão da Espanha à presidência rotativa do Conselho da União Europeia pode impulsionar a formalização do acordo de livre comércio entre o Mercosul e os europeus. É o que acredita o especialista em comércio exterior Paulo César Rocha.
O especialista avalia que os espanhóis podem ser os fiéis da balança para destravar as negociações do lado europeu. Ele afirma que a França é o país mais resistente à formalização do acordo, sobretudo por temer a concorrência dos produtores locais com a agropecuária brasileira.
TEC./SONORA: Paulo Cesar Rocha, especialista em comércio exterior
"A França, tradicionalmente, é contra o acordo porque eles protegem muito a agricultura local. Os outros países que têm e que protegem bem a agricultura, como a Alemanha, a própria Itália, não fazem tanta pressão contra o Mercosul. A pressão vem muito da França. Acho que a Espanha pode ajudar a acabar com isso."
LOC.: Membro da Comissão de Relações Exteriores do Senado, o senador Otto Alencar, do PSD da Bahia, afirma que a formalização do acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia é uma oportunidade de o Brasil diversificar a sua pauta de exportações.
TEC./SONORA: senador Otto Alencar (PSD-BA)
"O Brasil não pode depender só do agronegócio. Diversificar a matriz de produção do Brasil é fundamental. É importante que se estimule o país a ter essa competitividade no setor de exportação de produtos com valor agregado, não ficando só dependente do grãos e da proteína animal."
LOC.: De acordo com a CNI, o acordo deve beneficiar cerca de 2.800 produtos industriais exportados pelo Brasil para os países europeus. Imediatamente após a parceria entrar em vigor, quatro em cada dez bens industriais brasileiros teriam as tarifas zeradas para acesso à União Europeia.
Reportagem, Felipe Moura.