LOC.: No Brasil, cerca de 33 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos foram descartadas de forma inadequada, equivalendo a quase 43% do total de lixo gerado no país. Esses resíduos foram depositados em lixões, valas, terrenos baldios e córregos urbanos; aponta o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2023, lançado pela Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente, Abrema.
Com a retomada do julgamento da ADC nº 42, que pode obrigar onze capitais brasileiras a retirar seus aterros sanitários localizados em Áreas de Preservação Permanente, APPs, mais de 30 milhões de toneladas de resíduos podem voltar para os lixões.
O presidente da Abrema, Pedro Maranhão, explica que a associação defende que os aterros sanitários possam ser construídos e funcionar em APPs.
TEC./SONORA: Presidente da Abrema, Pedro Maranhão
“Não é permitido construir em APP, exceto saneamento básico, mineração, estação de tratamento de esgoto. Então hoje nós defendemos que os aterros estão há muitos anos em APP e os órgãos que emitem licenças ambientais que autorizaram esse funcionamento desses aterros, que hoje ajudam e contribuem com a questão ambiental.”
LOC.: De acordo com o presidente da Abrema, os resíduos são tratados nesses aterros, fazendo energia, biogás, biometano, CDR, compostagem, óleo combustível, reciclagem, entre outros.
Ele também explica que as regiões metropolitanas não possuem mais espaços para construir estações de recuperação de resíduos sólidos.
TEC./SONORA: Presidente da Abrema, Pedro Maranhão
“Eu vou dar o exemplo da cidade de São Paulo, que tem dois aterros que são em APPs. Se por acaso, viesse a fechar esses aterros, você teria que arrumar uma área de 200 hectares. E vai encontrar uma distância de 200 km de São Paulo, se encontrar. Onde você vai por mil caminhões o dia todo indo e voltando, levando o resíduo para destinar para esse aterro.”
LOC.: Para ele, isso prejudicaria mais o meio ambiente do que o APP instalado hoje. Maranhão aponta que o custo é de bilhões de reais, prejudicando a prefeitura, que poderia usar o dinheiro para investir em educação, saúde e infraestrutura.
Até o momento, seis ministros já proferiram seus votos. Foram cinco fotos favoráveis à manutenção da decisão e apenas um contra.
Reportagem, Nathália Guimarães