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“O meu filho, ele adora ir para a escola brincar com os amigos. As crianças da sala dele gostam muito dele, fazem carinho nele, abraçam ele quando ele chega, ele tá com cinco aninhos. E ele adora participar das apresentações escolares, faz as coreografias das músicas e tem um desenvolvimento muito bom”. O relato é da médica cardiologista do Hospital Universitário de Brasília, Janaína D’Ávila Moura, mãe de um menino de cinco anos com a síndrome. Ela conta que, apesar de exigir uma dedicação maior, ele consegue se desenvolver no ritmo dele e tem um bom convívio com as demais crianças.
Relatos como o da Janaína são compartilhados em muitos lugares. Segundo a psicóloga Cristiane Pertusi, muitos pais passam pelo seu consultório contando que o filho tem evoluido bastante por causa convívio em sociedade.
“A questão da socialização dessa pessoa com síndrome de down é muito importante porque ajuda tanto no desenvolvimento social como no emocional para que a pessoa consiga expressar as emoções, saber se comunicar, saber entender e ser entendido. Também a gente consegue trabalhar a questão da autoestima e confiança, fazer com que ela saiba que é capaz”, explica.
Pensando em trazer o assunto para o debate, 21 de março foi escolhido para ser o Dia Mundial da Síndrome de Down. A data tem o objetivo de promover uma conscientização global para celebrar a vida das pessoas com a síndrome e para garantir que elas tenham as mesmas liberdades e oportunidades que todas as pessoas. Ela é oficialmente reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU), desde 2012. Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil a estimativa é de 1 para cada 700 nascimentos — totalizando cerca de 270 mil pessoas com Síndrome de Down.
De acordo com o Ministério da Saúde, a Síndrome de Down é uma alteração genética causada por um erro na divisão celular durante a divisão embrionária. Em vez de dois cromossomos no par 21 (o menor cromossomo humano), possuem três. Segundo a pasta, é a alteração cromossômica mais comum em humanos — e a principal causa de deficiência intelectual na população.
A psicóloga Alessandra Araújo explica que as pessoas com síndrome de down precisam sentir que estão inseridas para que sofram menos e consigam evoluir como ser humano.
“A partir do momento que eu não deixo a pessoa experimentar, viver, dentro de uma normalidade, enfrentar as barreiras, enfrentar os problemas, eu acabo atrapalhando o processo cognitivo dessa pessoa”. A especialista diz que o impacto disso pode não ser bom para o próprio futuro.
“Se gera nesse sujeito, uma sensação de que ele está sendo discriminado, está formulado dentro dele e na percepção dele, um estigma, e é esse estigma do diferente, o estigma do que não é capaz, que faz com que a pessoa, ela entre num processo de internalização, de silêncio e aí futuramente pode sim acarretar uma questão de transtorno mental”, alerta.
A cardiologista Janaína diz que, desde cedo, começou a se preocupar em dar assistência para o seu filho. Ela acredita que foi o diferencial para que seu filho tivesse uma infância saudável.
“Eles precisam ser incluídos em terapias desde bebês. Fonoterapia, fisioterapia, terapia ocupacional, psicopedagogia, porque assim, a gente vai conseguir chegar no potencial máximo de desenvolvimento dessas crianças”.
A médica ainda reforça: “Hoje em dia, eu vejo que as crianças são muito mais bem aceitas porque a inclusão tenha acontecido de uma forma mais presente na vida deles. As escolas recebem essas crianças, mesmo sabendo que precisam de uma atenção especial com relação aos outros alunos”, salienta.
Para a psicóloga Alessandra Araújo, as pessoas não precisam ter medo de se comunicar com quem tem síndrome de down ou tentar falar de um jeito diferente como se o outro não pudesse entender.
“O que a gente precisa é ter empatia e não a empatia apenas de se colocar no lugar do outro, mas de entender e perceber que a síndrome de down não é um defeito, não é uma patologia — é uma condição”, lembra.
“Eu desejo que as pessoas possam se aproximar dessas pessoas e darem oportunidade para que elas seja incluídas, porque são pessoas amorosas e que querem estar no meio das outras e que querem esse desenvolvimento”, aconselha a cardiologista Janaína
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