SAÚDE CRÔNICA: O poder heróico da responsabilidade

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No último fim de semana fui ao cinema assistir à animação do Homem Aranha. Não posso negar, nas histórias em quadrinhos, ele é meu super-herói preferido. Desde que eu me lembro, meus pais fizeram todo o possível para que meus irmãos e eu adquiríssemos o hábito da leitura. E isso logo nos levou às bancas de revistas.

No começo, quando eu era moleque, o que mais me chamava atenção nas histórias era a ação, mas na medida em que fui envelhecendo pude compreender conceitos muito mais complexos que alguns ótimos roteiristas escreviam. A trama evoluía diretamente comigo, contando o que se passava na vida de uma pessoa que tinha de fazer “a coisa certa” e tomar decisões importantes todos os dias.

Eu entendi que a verdadeira história não falava de um super-herói. Tudo que eu passei anos lendo, foram lições a respeito das dificuldades da vida e a importância de enfrentar nossos medos, superar desafios e, ainda assim, sair vitorioso dos problemas como um herói. Mas aí você pensa, “ah, mas herói tem poder e eu não”. Então eu pergunto: Pra você, o que é poder?

De acordo com o dicionário Houaiss, um dos mais conceituados no Brasil, uma das conclusões é de que poder é tudo aquilo que conseguimos suportar e o que somos capazes de realizar. Esse me parece ser um dilema que todos nós passamos a cada dia. E eu não estou falando de profissões, como policiais, bombeiros ou médicos. Falo sobre a responsabilidade que cada um de nós tem para com outras pessoas, em favor de uma sociedade melhor.

Eu estou falando a respeito de fazer “a coisa certa”. Durante a 51ª Assembleia Mundial da Saúde, ocorrida em 2000, foi apontado que o desafio da saúde para o século XXI é ser um direito relacionado à equidade, solidariedade e justiça social, sendo a saúde o fruto de um trabalho entre todas as nações, comunidades, famílias e onde cada indivíduo é fundamental para a sociedade.

Essa reunião foi importante por avaliar que a saúde é um conceito em movimento e que depende de valores sociais e culturais. Que viver com qualidade, depende, também, de relações mais solidárias, tolerantes entre as pessoas e o respeito à natureza.  

Tudo isso significa que construir saúde em seu sentido mais amplo, significa entender que as pessoas amam, sofrem, adoecem, buscam a cura para enfermidades e lutam por seus direitos e desejos. Desta forma, todos têm poder. E como as histórias do Homem Aranha me ensinaram, grandes poderes trazem grandes responsabilidades.

Por Janary Damacena

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