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LOC.: A Petrobras produziu, pela primeira vez em escala industrial, querosene de aviação renovável. O marco ocorreu em setembro, na Refinaria Henrique Lage, em São José dos Campos, São Paulo.
O novo combustível é o SAF – sigla em inglês para Sustainable Aviation Fuel, ou combustível sustentável de aviação.
Ele pode reduzir de forma significativa as emissões de gases de efeito estufa e está no centro das ações do Governo Federal, por meio do Ministério de Portos e Aeroportos e da Anac.
Para a diretora de Sustentabilidade do ministério, Larissa Amorim, a produção nacional do combustível se conecta às ações do governo para descarbonizar o transporte aéreo do país:
TEC./SONORA: Larissa Amorim, diretora de Sustentabilidade do Ministério de Portos e Aeroportos
“O Ministério de Portos e Aeroportos está engajado em acelerar a transição energética, garantindo segurança regulatória, previsibilidade e incentivos para que o uso do SAF ganhe escala. Além disso, a gente reforça nossa atuação institucional por meios de iniciativa como FOTEA, que é o fórum de transição energética na aviação civil, grupos de trabalho a projetos pilotos, investimentos e pesquisa, certificação, para assegurar que o Brasil aproveite suas vantagens comparativas, como abundância de matérias-primas renováveis e bases tecnológicas, e se posicione como protagonista global na aviação sustentável.”
LOC.: O SAF é produzido a partir de matérias-primas renováveis, como óleos vegetais, resíduos gordurosos e etanol. Ele pode ser usado em aviões sem adaptações nos motores, misturado ao querosene de aviação tradicional.
Para o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, o uso do SAF representa um passo decisivo para a descarbonização da aviação e para o fortalecimento da competitividade do Brasil no cenário internacional.
De acordo com o gerente geral da Revap, Alexandre Coelho, a Petrobras deve concluir o relatório técnico e encaminhá-lo à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) até o fim de setembro.
Em seguida, a companhia contratará uma certificadora para comprovar a redução das emissões de carbono do produto. Com a aprovação regulatória e a certificação, o combustível poderá ser comercializado.
O Ministério de Portos e Aeroportos, além dos benefícios ambientais, reforça ainda que a produção do SAF no país também estimula a geração de empregos em novas cadeias produtivas ligadas à bioenergia, à indústria química e ao agronegócio, por exemplo.
Reportagem, Bianca Mingote