Foto: CNI/Divulgação
Foto: CNI/Divulgação

Pesquisa mostra indústria nacional fortificada para além do Sudeste, com destaques de Santa Catarina

Variação da participação do Sudeste no PIB industrial do Brasil teve queda de -7,66 pontos percentuais em uma década, enquanto houve crescimento nas outras quatro regiões. Santa Catarina, por exemplo, assumiu o posto de maior estado produtor no setor de vestuário e acessórios

SalvarSalvar imagemTextoTexto para rádio

A variação da participação do Sudeste no PIB industrial do Brasil teve queda de -7,66 pontos percentuais em uma década, enquanto houve crescimento nas outras quatro regiões, com destaque no Sul. Nesse cenário, Santa Catarina se destacou e assumiu o posto de maior estado produtor do Brasil em um dos segmentos, de vestuário e acessórios. 
 
Os números são de uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) que avaliou a década entre os biênios 2007/2008 e 2017/2018. O estudo aponta como diferentes regiões buscam assumir o protagonismo industrial, dividindo atenção com estados consolidados historicamente no segmento, como São Paulo e Rio de Janeiro. 
 
Santa Catarina se tornou exemplo do movimento de descentralização da indústria nacional, e colhe frutos desses investimentos na economia com alta empregabilidade. Para parlamentares do estado, o crescimento da indústria tem relação direta com a empregabilidade, como pontua o deputado federal Ricardo Guidi (PSD-SC).
 
“Sem dúvida nenhuma, a indústria é um dos grandes pilares da economia de Santa Catarina, juntamente com o agronegócio e o setor de serviços. A gente sabe o potencial dela na geração de empregos e renda”, afirma. O deputado cita ainda os destaques de diferentes regiões do estado.  

“O nosso estado tem uma indústria bastante diversificada, com agroindústria muito forte, principalmente na região Oeste, metal mecânico no Norte, o têxtil no Vale do Itajaí, a moveleira, no Sul do estado também tem uma indústria bem diversificada, em Criciúma tem a indústria cerâmica, indústria de plásticos também é muito forte no Sul. Então, não tenho dúvida nenhuma que Santa Catarina é um dos estados que mais cresce e ainda vai crescer muito mais pela força do seu povo, trabalhador, dedicado”.

Esses destaques são observados também quando analisados dados do mercado de trabalho do País. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2019 Santa Catarina registrou o menor índice de desemprego do Brasil, com uma taxa de 93,8% catarinenses de 14 anos ou mais empregados e 6,2% desocupados. 
 
O fortalecimento do mercado de trabalho no estado de Ricardo Guidi também mostra uma consistência, mesmo com a pandemia da Covid-19. No primeiro trimestre deste ano, Santa Catarina continuou com a menor taxa de desemprego do País, nos mesmos 6,2% de desocupação de 2019, antes da crise sanitária.  
 
Para o deputado, a atuação parlamentar pode ser determinante para esse crescimento econômico. “A gente aprovou recentemente a Reforma da Previdência, a Reforma Trabalhista foi aprovada no mandato anterior, temos aí pela frente a Reforma Administrativa também e a Tributária, fundamentais para preparar o Brasil para o futuro. Acho que a gente tem que trabalhar sempre buscando a desburocratização, buscando a facilidade do empreendedorismo, e é dessa forma que tem sido pautado o nosso trabalho”, avaliou.

Movimento nacional

Além do Sul, o Nordeste também se destacou no aumento da participação no PIB industrial do Brasil, ambos com os maiores crescimentos, acima de 2 pontos percentuais. Vice-presidente do Conselho Regional de Economia do Piauí (Corecon-PI), Dorgilan Rodrigues da Cruz analisa esse novo cenário de descentralização industrial. 
 
“Hoje, essas indústrias querem estar mais próximas do seu consumidor. E, principalmente, querem evitar custos. Então, a questão da descentralização do setor produtivo, do setor industrial, é exatamente para se aproximar do seu mercado consumidor, evitando assim o maior custo de frete, de transporte, perdas do processo de levar e trazer o produto, levar a matéria-prima e depois escoar o processo produtivo”, destacou.
Para o economista, o processo de industrialização nos estados aquece e oxigena toda a economia, levando emprego, matéria-prima e crescimento, fortalecendo ainda o agronegócio, o terceiro setor a questão tributária dos governos locais. “A indústria é um setor da nossa economia que impulsiona. Entre os destaques dessas atividades econômicas, há a linha de produção de alimentos, linha de produção de derivados do petróleo — como biocombustível —, a indústria farmacêutica também teve esse crescimento, indústrias extrativas” 

Números positivos

Dorgilan também destaca o aumento da produção nacional de vestuário e acessórios, que tem como um dos grandes polos o estado de Santa Catarina. “Houve um crescimento de 6,2%. Isso mostra que as famílias começaram a se abastecer de bens de consumo, bens de produtos para melhorar a qualidade de vida”, diz. 
 
Santa Catarina alcançou, em 2018, 26,8% da produção nacional desse segmento, passando de uma receita de R$ 2,5 bilhões em 2007/2008 a R$6,6 bilhões uma década depois. A produção industrial nacional de todos os setores também vem ganhando destaque em estados como Pará, Rio Grande do Sul, Paraná, Pernambuco e Mato Grosso do Sul. 
 

Receba nossos conteúdos em primeira mão.