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O mercado chinês foi identificado como “especialmente amplo” para as exportações das frutas brasileiras, principalmente a cidade de Zhejiang, no leste da China. O “Estudo de Acesso a Mercados sobre Melões na China”, pesquisa inédita realizada pela ApexBrasil, em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), reúne critérios para acesso ao mercado de melões no país asiático.
A China abriu as portas para as exportações de melão para o Brasil em 2019. O estudo traz informações importantes para os produtores, segundo o coordenador de Acesso a Mercado da ApexBrasil, Gustavo Ribeiro, com informações sobre impostos de importação, principais regulamentações e normas para exportação para o mercado chinês, além de possíveis contatos com distribuidores e importadores, entre outros assuntos.
“Se você juntar todas essas informações, de qual é o tamanho do mercado, qual o perfil das tarifas, quais os aspectos regulatórios que precisa atender, mais o dado comercial, isso facilita enormemente esse passo que o exportador precisa em termos de reunir informações básicas para poder exportar”, afirma Gustavo Ribeiro.
Apesar de a China também produzir melões, a pesquisa aponta que há espaço para as exportações brasileiras. O Brasil foi o principal fornecedor internacional da fruta para o mercado chinês em 2021, com US$ 128 mil em vendas no ano passado.
Outros estudos já foram realizados, como acesso a mercados de maçãs na Colômbia, castanhas e pescados na Arábia Saudita. Os relatórios completos podem ser acessados pelo site da ApexBrasil.
De acordo com a Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (ABRAFRUTAS), as principais frutas exportadas pelo Brasil são melões, manga, limão, uva, mamão, melancia, maçã e abacate. Entre os principais compradores das frutas brasileiras estão a União Europeia (58%), o Reino Unido (15%) e os Estados Unidos (12%).
O diretor-executivo da ABRAFRUTAS, Eduardo Brandão, destaca que as exportações do melão brasileiro impactam de maneira socioeconômica, pois a principal região produtora da fruta é o semiárido brasileiro, por isso a relevância no cenário da fruticultura.
“É uma das três principais frutas na pauta de exportação brasileira, sendo que seu impacto socioeconômico para a fruticultura brasileira e para o Brasil é de extrema importância. Porque é cultivada no semiárido brasileiro, onde a necessidade é muito maior de emprego, então traz conforto e renda para as famílias vinculadas diretamente a essa cadeia produtiva.”, afirma Eduardo Brandão.
A maior produtora de melão do país, a Agrícola Famosa, é uma das lavouras que se situam no semiárido brasileiro, em Mossoró, no Rio Grande do Norte. O sócio-diretor da empresa, Luiz Roberto Barcelos, prevê um aumento de 5% nas exportações do produto para Europa nesta safra. Sobre a abertura de mercado da China para a fruta, o sócio-diretor afirma que há negociações da agrícola para exportação do produto para o país asiático.
“A gente ainda está prospectando mercado. A gente está esperando ainda que a pandemia dê uma diminuída e os efeitos dela para que a gente possa acessar mais esse mercado que tem um potencial muito grande.”, diz o sócio-diretor da Agrícola Famosa.
As exportações do agronegócio bateram recorde em outubro deste ano, atingiram a marca de US$ 14,25 bilhões, valor 61,3% maior do que o mesmo período de 2021. De acordo com o Ministério da Agricultura, um dos principais fatores para o forte crescimento foi o aumento nas exportações de milho, que cresceram 301,7% no período.
Ainda segundo o Ministério da Agricultura, no acumulado do ano, de janeiro a outubro, as exportações brasileiras do setor também bateram recorde com US$ 136,10 bilhões em vendas, o que representa um aumento de 33% em comparação com o mesmo período do ano passado.
Os setores de complexo soja, carnes, cereais, farinhas e preparações, e o complexo sucroalcooleiro foram responsáveis por 79,9% do valor total de exportações brasileiras do agronegócio. A região que mais exporta produtos brasileiros do setor é a Ásia, com destaque para China, maior parceira comercial do Brasil no agronegócio.
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