LOC.: O Brasil apresenta um cenário de perdas de água tratada desfavorável se comparado com os países desenvolvidos. É o que mostra um estudo do Instituto Trata Brasil em parceria com a consultoria GO Associados. A pesquisa revela que o país alcançou a 78ª posição em uma lista com 139 nações analisadas. Para a presidente executiva do Trata Brasil, Luana Pretto, o país ainda não está em uma situação confortável. A perda da água produzida no Brasil é hoje de 37,8%, enquanto a média dos países desenvolvidos é de 15%.
TEC./SONORA: Luana Pretto, Trata Brasil
“Essa perda é subdividida em perda física, que são os vazamentos que a gente vê muitas vezes no pavimento, aflorados no pavimento de uma rua. São perdas que podem ser visíveis quando a gente consegue ver o vazamento ou ainda vazamentos ocultos, quando a gente muitas vezes tem aquela tubulação que foi rompida, que fica vazando durante muito tempo embaixo do pavimento. A gente tem também as perdas comerciais, que é quando a gente tem erro de medição, quando a gente tem furto, os chamados gatos.”
LOC.: Na opinião da advogada especialista em meio ambiente Paula Fernandes, é necessário perceber que o problema existe. Mas reconhece que trazer o problema do saneamento, do fornecimento de água para a agenda de políticas públicas é um desafio.
TEC./SONORA: Paula Fernandes, advogada meio ambiente
“A gente consegue observar inadequações já históricas na execução da política nacional de saneamento básico, que, assim, como é visível, não tem sido de forma alguma executada de modo a atender a população em geral.”
LOC.: De acordo com o levantamento, o Brasil está distante tanto de países desenvolvidos, como de seus pares em desenvolvimento. Com a 78ª posição no ordenamento das 139 Nações analisadas, o país está atrás da China (20,54%), da Rússia (26,59%) e da África do Sul (33,73%), estando à frente somente da Índia, que tinha 41,27% de perdas de água.
Reportagem, Lívia Azevedo