Foto: Alexandre Costa/MIDR
Foto: Alexandre Costa/MIDR

Parceria com Banco do BRICS mira R$ 2,7 bilhões para infraestrutura e logística

Em reunião da missão à China, MIDR apresenta projetos para pactuar financiamentos com o Banco dos BRICS


Pactuação de novas linhas de financiamento para impulsionar empreendimentos em transportes e infraestrutura logística do Novo PAC nas regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste. Esse foi o tema central debatido pelo Ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, em reunião realizada nesta quinta-feira (14), em Xangai, com a presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), Dilma Rousseff.

O encontro foi fundamental para fortalecer a cooperação com o Banco do BRICS na estratégia de captação de recursos para os Fundos de Desenvolvimento Regional. Na ocasião, os representantes do MIDR apresentaram uma carteira de projetos a serem financiados pelo empréstimo de US$ 500 milhões (R$ 2,7 bilhões) do organismo multilateral, e discutiram os requisitos para o lançamento de novas linhas de crédito no âmbito dos Fundos.

O ministro Waldez Góes destacou que o processo de negociação tem sido conduzido de maneira cuidadosa entre as partes, viabilizando uma parceria sólida e com impacto concreto no desenvolvimento regional do Brasil. “Acreditamos que esses projetos respondem a desafios estruturais e contribuirão para ampliar a inclusão territorial, a segurança hídrica e a infraestrutura. Estamos à disposição para seguir com o diálogo técnico e avançar na construção conjunta de soluções financeiras que fortaleçam a capacidade do Brasil de enfrentar seus desafios territoriais e climáticos”, afirmou.

A priorização de projetos relacionados ao plano de transformação ecológica e à transição energética, foi um dos pontos ressaltados por Dilma Rousseff no encontro. “Estamos discutindo, fundamentalmente, como levar infraestrutura logística, portos, terminais e rodovias para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, garantindo que haja uma transição energética justa com a adoção de fontes alternativas de energia, inclusive com o uso de biocombustíveis, e cidades inteligentes”, declarou a presidente do NDB.

À frente da estratégia de captação de recursos, que atualmente já conta com a parceria de quatro organismos multilaterais, o secretário Nacional de Fundos e Instrumentos Financeiros, Eduardo Tavares, explicou que a carteira apresentada ao NDB foi elaborada a partir de um mapeamento conjunto com a Secretaria Especial do Programa de Aceleração do Crescimento. “Trabalhamos com a Casa Civil da Presidência da República para identificar iniciativas elegíveis dentro das diretrizes do banco, com foco em logística, transporte e sustentabilidade, com enfoque para a Amazônia. Entre elas estão concessões rodoviárias, terminais ferroviários — como os da Transnordestina, Fico e Fiol —, hidrovias e portos”, detalhou. “Foi importante identificar a oportunidade dos aportes nos Fundos de Desenvolvimento como uma estratégia para fomentar o PAC”, completou Tavares.

O secretário destacou ainda que a meta é acelerar a seleção dos projetos mais estratégicos, permitindo que novas linhas de financiamento sejam anunciadas já no segundo semestre de 2025, em alinhamento com a agenda da COP 30.

Captação de recursos

A Secretaria Nacional de Fundos e Instrumentos Financeiros, em parceria com a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o Banco Mundial (BM) e o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), conduz uma estratégia de captação de recursos que já soma US$ 1,833 bilhão em negociações. O objetivo é criar novas linhas de financiamento com esses recursos, a serem aplicados por meio dos Fundos de Desenvolvimento, para impulsionar projetos estruturantes no Brasil.

Com essa iniciativa, o governo brasileiro intensifica as relações bilaterais com a China, fortalecendo parcerias comerciais estratégicas e ampliando oportunidades de investimento em infraestrutura, desenvolvimento regional e inovação. A iniciativa contribui para integrar a economia brasileira a cadeias globais de valor e estimular o crescimento sustentável, especialmente na Amazônia.

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LOC 1: O ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, se reuniu nesta quinta-feira, 14 de agosto, com a presidente do Novo Banco de Desenvolvimento, Dilma Rousseff, em Xangai, na China. O encontro tratou de novas linhas de financiamento para impulsionar obras de transporte e logística do Novo PAC nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. A reunião teve como foco fortalecer a cooperação com o banco do BRICS na estratégia de captação de recursos para os Fundos de Desenvolvimento Regional. Foi apresentada uma carteira de projetos a serem financiados pelo empréstimo de 500 milhões de dólares, em torno de 2,7 bilhões de reais, que foi acordado entre o MIDR e o banco multilateral. As áreas de logística, portos, terminais e rodovias foram apontadas como estratégicas para impulsionar a integração regional e o crescimento sustentável. À frente da coordenação dessa estratégia, o secretário Nacional de Fundos e Instrumentos Financeiros, Eduardo Tavares, explicou que a carteira apresentada ao NDB foi elaborada a partir de um mapeamento conjunto com a Secretaria Especial do Programa de Aceleração do Crescimento.
 

TEC./SONORA: SECRETÁRIO EDUARDO

"A gente trabalhou muito com a CEPAC, da presidência, mapeando os projetos que estão no PAC e que estão nas três regiões prioritárias, para que a gente pudesse ter uma carteira de projetos elegíveis. Foram apresentados esses projetos, então desde concessões rodoviárias nas três regiões (uma das agendas é justamente essaa questão da logística), os terminais ferroviários, então da Transnordestina, da Fico-Fiol, a própria Rumo, enfim, toda essa agenda de terminais ferroviários, hidrovias, portos, infraestrutura voltada para a logística"
 


LOC 2: Durante o encontro, Dilma Rousseff destacou a importância de alinhar os investimentos em infraestrutura com ações voltadas à transição energética. Ela defendeu a adoção de fontes alternativas de energia, incluindo biocombustíveis. A Secretaria Nacional de Fundos e Instrumentos Financeiros mantém parcerias com quatro organismos multilaterais, totalizando 1,8 bilhão de dólares em negociações. O objetivo é viabilizar novas linhas de crédito para projetos estruturantes, fortalecendo a integração do Brasil às cadeias globais de valor e impulsionando o desenvolvimento regional sustentável, especialmente na Amazônia.
Para saber mais sobre as ações do governo federal em fundos e instrumentos financeiros, acesse: mdr. gov. br
Reportagem, Giulia Luchetta