Fertilizantes - Foto: Banco de Imagens do Governo Federal
Fertilizantes - Foto: Banco de Imagens do Governo Federal

FERTILIZANTES: Brasil tem planos para possível falta do insumo, diz ministra

A guerra entre Rússia e Ucrânia acelerou a urgência de o Brasil ser autossuficiente na produção de insumos para fertilizantes


A guerra entre Rússia e Ucrânia acelerou a urgência de o Brasil ser autossuficiente na produção de insumos para fertilizantes. Hoje, o Brasil é dependente da importação de potássio, por exemplo, e os maiores parceiros são os países do Leste Europeu. No dia 12 de março, a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, viaja para o Canadá para negociar novos arranjos comerciais para os insumos. 

Contudo, a meta do Governo Federal é atingir a autossuficiência na produção. Segundo a ministra, o plano já estava em produção. As discussões envolveram oito ministérios, iniciativa privada, associações como a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). Mas o detalhamento do plano só será anunciado no final de março. “Esse plano vai ser anunciado agora no mês de março, não sei se dia 20, dia 29”, disse a ministra. 

O plano envolve questões legais e tributárias, além de recursos para investimentos na área. A preocupação do Governo Federal já é anterior à guerra. “Nós tivemos, no ano passado, uma preocupação quando a Bielo Rússia sofreu sanções econômicas dos Estados Unidos e da União Europeia, que não tem nada a ver com a situação de hoje. Ela não parou de exportar para o Brasil, mas essas sanções elas atrapalham os embarques, porque os portos são controlados pela OTAN.”, ponderou Tereza Cristina.  

Em novembro, o governo brasileiro esteve na Rússia e conseguiu ampliar a cota de importação. Desde então, vem negociando com o Canadá, que é o maior exportador mundial de potássio. O Brasil tem uma reunião para tratar do assunto no dia 12 de março. 

Safra garantida

Apesar do cenário incerto, a ministra disse que a safrinha, cuja principal plantação é o milho, já está com todos os insumos garantidos. “O que precisava de fertilizante já chegou, já está na com o produtor rural, ele já está plantando, ela está muito adiantada. Então neste momento nós não temos problema com a safrinha que acontece”, assegurou Tereza Cristina. 

Contudo, a pasta reconheceu que a safra de verão, que começa no final de setembro, é uma preocupação. “Mas também nós temos a confirmação do setor privado de que nós temos um estoque de passagens de fertilizante, um volume que é suficiente para chegar até outubro”, completou. 

Para driblar a situação, o plano A do Governo Federal é buscar outros parceiros, como está fazendo com o Canadá e o Chile, que também têm potássio. Já com a ureia e outros insumos nitrogenados, o Brasil está buscando parcerias com países do Oriente Médio, como o Catar, a Arábia Saudita e Israel. 

O Ministério da Agricultura também tem estreitado diálogo com o setor portuário para priorizar a entrada de fertilizantes e insumos. 

Preços dos alimentos

O preço dos alimentos também deve ser impactado e sofrer alta. Isso porque a Ucrânia é uma grande produtora de trigo. “Tudo depende: se a guerra acaba hoje ou amanhã é um impacto. Se ela continuar por muito tempo é outra. O mundo é globalizado”, reconheceu a ministra. 

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LOC.: O Brasil tem fertilizantes suficientes para a safra atual e trabalha em planos A e B para garantir o abastecimento dos insumos para a agricultura. Foi o que garantiu a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, na tarde desta quarta-feira (2). A ministra disse que a Pasta está trabalhando para garantir fornecedores de fertilizantes para o Brasil, com visitas ao Irã, em fevereiro, e ao Canadá, no próximo dia 12, maior exportador de potássio, um dos elementos base dos fertilizantes NPK (Nitrogênio, Potássio, Fósforo). Tereza Cristina defendeu o equilíbrio no momento atual. 

TEC. SONORA: Tereza Cristina, ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

“Primeiro, a safra brasileira que acontece nesse momento, que é a safrinha, que é a nossa safra maior, que se planta milho, ela já está acontecendo. Então, o que precisava de fertilizante para ela já chegou, já está com o produtor rural, ele já está plantando, ela está muito adiantada. Então neste momento, nós não temos problema com a safrinha que acontece. A safra de verão é uma preocupação que nós temos que será setembro, final de setembro, outubro. Mas também nós temos, do setor privado, a confirmação de que nós temos um estoque de passagens de fertilizante, um volume, que é suficiente para chegar até outubro.”


LOC.: Segundo a ministra Tereza Cristina, esse é o plano A: buscar outros parceiros, inclusive que exportem em menores quantidades, como Chile, Arábia Saudita, Catar e Israel. Já o plano B inclui levar aos produtores rurais ferramentas para otimizar o uso dos fertilizantes.

TEC. SONORA: Tereza Cristina, ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

“É fazer essa ida até as propriedades e conversar com todos eles e usar mais tecnologia. Já usamos muito, mas mais tecnologias na utilização de fertilizante de maneira mais eficiente. Então, está caro; dá para produzir usando menos? Vamos fazer isso. Então, é pra isso que a gente reuniu a Embrapa, a Embrapa entregou uma série de medidas.”


LOC.: O Ministério da Agricultura desde o ano passado trabalha no Plano Nacional de Fertilizantes, juntamente com a Casa Civil, e com a coordenação da Secretaria de Assuntos Estratégicos, justamente pela importância de o Brasil ser menos dependente de importações. Esse plano será anunciado ainda no mês de março, segundo a ministra. 

Reportagem Paloma Custódio, Angélica Córdova e Luciano Marques