Data de publicação: 20 de Julho de 2022, 04:45h, Atualizado em: 01 de Agosto de 2024, 19:35h
O “Julho Turquesa” é a campanha que marca o mês dedicado à prevenção da síndrome dos olhos secos. De acordo com a Associação Brasileira de Portadores de Síndrome do Olho Seco (APOS), estima-se que de 13 a 24% da população brasileira é portadora da doença.
A síndrome dos olhos secos é uma doença crônica que se caracteriza pela diminuição da produção da lágrima ou deficiência em alguns dos componentes, segundo a APOS. Suas causas têm relação com uso contínuo de telas eletrônicas, ar condicionado, medicamentos e clima.
A estudante Rayna Mendes, 23, moradora da cidade de Águas Claras, em Brasília, desenvolveu a síndrome do olho seco em 2020, após fazer uso de um medicamento para controle de acnes. Ela explica que desde então sente incômodo nos olhos e que precisa recorrer à colírios para o alívio dos sintomas, “sinto meus olhos ardendo, não consigo ficar sem usar colírio. Como se ficasse pregando. A sensação é como se você estivesse piscando sem lubrificação nenhuma.”
“O clima de Brasília já não é propício, no inverno fica pior. Outro fator é quando fico exposta às telas, principalmente a do celular. Normalmente estou de óculos mas quando não estou parece que meu olho fica muito mais cansado. E aí preciso desligar, passar o colírio de novo e deixar o olho fechado por um tempinho. Para ver se a lubrificação volta”, completa.
A médica oftalmologista do CBV-Hospital de Olhos, Núbia Vanessa, explica que durante o uso da tela do computador e celular as pessoas passam horas sem piscar adequadamente. “Isso combinado à própria luminosidade das telas fazem com que você tenha o agravamento da diminuição das lágrimas, e com isso, piorando a síndrome do olho seco”, reforça.
A oftalmologista ressalta que é importante procurar um médico para o tratamento da síndrome dos olhos secos. “Alguns pacientes que não fazem o tratamento adequado ao longo da vida, depois de um certo período de tempo, podem ter úlceras de córnea relacionadas a não lubrificação, porque a córnea fica exposta. Isso pode evoluir até mesmo para alguns tratamentos cirúrgicos, onde você tem que às vezes fechar a pálpebra para que essa córnea possa ser regenerada adequadamente”, explica.
Núbia ainda explica que, no caso de suspeita da síndrome, o ideal é procurar um médico oftalmologista para confirmar. Segundo ela, o tratamento inclui medicamentos tópicos oculares e laser para melhorar a produção das glândulas que produzem as lágrimas.