LOC.: Os planos de internet no Brasil podem ficar até 20 reais mais caros se o texto do primeiro projeto de regulamentação da Reforma Tributária for aprovado. A estimativa foi feita por representantes do setor de tecnologia da informação durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado.
Na ocasião, os representantes defenderam que o texto de regulamentação eleva a carga tributária para o setor, o que consequentemente eleva os preços para o consumidor final.
O representante da Federação das Associações das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação, Renato Matos, destacou as dificuldades do setor diante da aprovação da Reforma Tributária.
TEC./SONORA: Renato Matos, representante da Federação das Associações das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação
“A grande dificuldade que a gente teve surgiu no ano passado com a não inclusão do setor de TI, dos serviços de TI no rol daqueles que teriam uma tributação reduzida, além da não permissão de apuração de créditos com relação à mão de obra, que é justamente o principal insumo do setor de TI.”
LOC.: Uma das medidas aprovadas pela reforma é o aproveitamento de créditos tributários ao longo da cadeia produtiva para evitar a cobrança de impostos em cascata, ou seja, a bitributação. Mas, para setores como TI, esse benefício fica restrito, já que a maior parte do custo de produção é de mão de obra e — segundo o texto da reforma aprovado — esse tipo de custo não permite o aproveitamento de créditos.
Os representantes das empresas de software, TI e provimento de internet se posicionam favoravelmente à Reforma Tributária, mas defendem algumas mudanças no texto, como afirmou o vice-presidente da Federação Nacional das Empresas de Informática, a FENAINFO, Márcio Gonçalves.
TEC./SONORA: Márcio Gonçalves, vice-presidente da FENAINFO
“Novamente a FENAINFO vem apoiar a Emenda 878 para fazer uma inclusão num parágrafo em que o contribuinte de IBS e CBS, sujeito ao regime regular, poderá apropriar de créditos presumidos dos referidos tributos sobre as despesas quanto à contratação de pessoal. Nós só queremos ter o imposto dito como não cumulativo.”
LOC.: O Projeto de Lei Complementar n° 68 de 2024 que regulamenta a Reforma Tributária — em especial, a instituição da Lei Geral do IBS e da CBS e Imposto Seletivo — aguarda designação de relator na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania no Senado Federal.
Reportagem, Paloma Custódio