Data de publicação: 28 de Fevereiro de 2020, 09:59h, Atualizado em: 01 de Agosto de 2024, 19:31h
Um grupo de alunos do SESI de Governador Valadares pretende dar uma nova funcionalidade aos orelhões, que perderam a importância com o avanço da tecnologia. A equipe “Turma do Bob” desenvolveu um projeto para transformar as cabines telefônicas em cadeiras e lixeiras, por exemplo. A ideia vai ser apresentada na etapa nacional do Festival SESI de Robótica, que começa nesta sexta-feira (6), em São Paulo.
Durante o processo de identificação dos problemas da cidade, os alunos descobriram quatro depósitos de armazenamento das cabines de proteção dos telefones públicos. Esses ambientes, sem os devidos cuidados, se tornam potenciais ambientes para proliferação de mosquitos da dengue, ratos e escorpiões.
Para evitar que a saúde da população esteja em risco e a matéria-prima dos orelhões não seja descartada, o grupo levantou maneiras de reutilizar a fibra de vidro e o acrílico. O material já deu origem a cinco novos objetos usados na própria escola: três lixeiras e duas cadeiras. A criatividade e a forma inovadora dos estudantes renderam a classificação na seletiva regional, no mês passado, em Contagem. Segundo o aluno Gabriel Sousa Cruzate, de 16 anos, tudo saiu como o esperado graças ao esforço de todos. A participação em um torneio nacional, conta Gabriel, tem deixado ele e os colegas ansiosos.
“Nossa expectativa está alta, estamos trabalhando nisso há tempos, dedicando horas do nosso dia. A gente está dando o melhor que temos para entregar o melhor trabalho possível”, projeta o jovem. Além de lixeiras e cadeiras, o projeto prevê potencial de criação também de estantes, holofotes, carrinho de mão e diferentes tipos de cobertura para casas.
Valores e habilidades
Nos torneios de robótica, os competidores são avaliados em quatro categorias: Projeto de Pesquisa, Desafio do Robô, Design do Robô e Core Values. Os grupos utilizam um aplicativo oferecido pela LEGO, com uma linguagem em blocos. A construção do robô é a grande atração dos torneios, mas não é a única prova. Além de mostrar conhecimento técnico, domínio da tecnologia, os estudantes precisam mostrar trabalho em equipe e compartilhar conhecimentos e habilidades.
Para o técnico da equipe, Túlio Menezes de Barros, a classificação para a etapa nacional é resultado de cinco anos de dedicação. “Para mim, é gratificante. Mudando equipe, tentando encontrar uma melhor ligação entre eles, ou seja, pra mim é realização pessoal. Graças a Deus, é um sonho realizado para toda a equipe depois anos”, comenta.
O Festival SESI de Robótica, que é o maior campeonato de robótica do Brasil, reunirá 100 equipes de todo o Brasil, formadas por estudantes de 9 a 16 anos, na categoria FIRST LEGO League, que utiliza robôs Lego para enfrentar os desafios desta temporada. A ideia é promover disciplinas, como ciências, engenharia e matemática, além da sala de aula. Este ano, os competidores terão que apresentar soluções inovadoras para melhorar, por exemplo, o aproveitamento energético nas cidades e a acessibilidade de casas e prédios.
O diretor de Operações do Departamento Nacional do SESI, Paulo Mól, ressalta que a elaboração dos projetos estimula a autonomia e o trabalho em equipe e contribui para a formação profissional dos alunos. “A questão do empreendedorismo é a base de todo o processo. Nesse torneio, uma das avaliações que é extremamente importante é a capacidade de empreender, de buscar coisas novas, de fazer com que o produto seja desenvolvido”, atesta.