Do total de desempregados em Pernambuco mais de 75 por cento são de jovens entre 14 e 24 anos. O número é quase duas vezes maior se comparado com o estado do Pará, por exemplo. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, a Pnad, do IBGE.
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A dificuldade do jovem de encontrar emprego pode ser atribuída ao conhecimento que adquiriu, ou não, no Ensino Básico.
É que, de acordo com especialistas, o ensino das escolas regulares não prepara o aluno para o mercado de trabalho e, sendo assim, quando o estudante se forma no ensino médio passa a enfrentar dificuldades para conseguir uma vaga por falta de qualificação profissional, como explica o Gerente-Executivo de Estudos e Prospectivas da CNI, Márcio Guerra.
“Há de se considerar que a educação colocada hoje passar por uma possibilidade de reforma, ela ainda é pouco conectada com os reais problemas do mercado de trabalho”.
Os setores da construção civil, serviços industriais, de utilidade pública e alimentos, entre outros, são responsáveis por quase 73 por cento das riquezas industriais de Pernambuco.
Em julho, o estado demitiu mais trabalhadores do que contratou, no entanto, o setor industrial foi responsável por preencher quase mil vagas de emprego.
O problema é que as oportunidades que são oferecidas no setor produtivo exigem qualificação e entendimentos mínimos de matemática, português e de tecnologias virtuais, por exemplo, que os jovens não recebem com qualidade no Ensino Básico regular, como lembra Márcio Guerra.
“A gente teve um processo de universalização da educação no Brasil, mas quando a gente olha as taxa de produtividade, elas se mantiveram constante ao longo do tempo. A educação não fez transformações da produtividade muito por causa da baixa qualidade que se tem.”
Os profissionais técnicos podem ter salários de até 20 por cento maiores quando comparados com os rendimentos dos trabalhadores que cursaram o ensino médio regular.
Além disso, de acordo com o SENAI, mais de 70 por cento dos técnicos profissionais conseguem emprego logo no primeiro ano após a conclusão dos cursos.
Com a colaboração de Cristiano Carlos, reportagem, Marquezan Araújo