Falta de qualificação profissional contribui para desemprego em Alagoas

Cerca de 40 por cento das empresas do país têm dificuldades para encontrar profissionais aptos a preencher vagas técnicas por causa da falta de qualificação dos trabalhadores

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A média entre a quantidade de empregos criados e o número de trabalhadores demitidos no setor industrial de Alagoas foi negativa no último mês. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, o CAGED, revelam que os setores da construção civil e dos serviços industriais de utilidade pública demitiram mais trabalhadores do que contrataram no estado.

Para o Gerente-Executivo de Estudos e Prospectiva da Confederação Nacional da Indústria, a CNI, Márcio Guerra, o desemprego no setor industrial tem como causa maior a falta de qualificação da mão-de-obra do que propriamente, falta de vagas. Ele explica que o Ensino Básico tradicional não prepara os estudantes para entrarem no mercado de trabalho com o mínimo de conhecimento exigido pelas empresas.

“Apesar de a educação colocada hoje passar por uma possibilidade de reforma, ela ainda é pouco conectada com os reais problemas do mercado de trabalho.”

Cerca de 40 por cento das empresas do país têm dificuldades para encontrar profissionais aptos a preencher vagas técnicas por causa da falta de qualificação dos trabalhadores, de acordo com pesquisa publicada pela Fundação Dom Cabral, em 2016.

O especialista em Aprendizagem e Mudança nas Organizações, da Universidade de Brasília (UnB), Jairo Eduardo Andrade, lembra que os cursos técnicos profissionais são caminhos mais curtos para o jovem conseguir lugar no mercado de trabalho. Ele lembra que grande parte dos jovens prefere unicamente uma graduação em um curso de nível superior, mas ressalta que essa não é a garantia de entrar no mercado de trabalho.

“O fato de você ter um nível de escolaridade superior não vai necessariamente garantir emprego. Tem a questão do que é que você aprendeu, tem a questão do que é que o mercado trabalho precisa e tem a questão das crises da economia. Isso fica um pouco difícil de você dizer que tem uma relação direta.”

O trabalhador que conclui sua formação em cursos técnicos profissionais pode ter salário até 20 por cento maior, em comparação aos estudantes formandos da educação regular tradicional. O dado é de pesquisa PUC-Rio.

Com a colaboração de Cristiano Carlos, reportagem, Marquezan Araújo

 

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